Neste ano, a festa do Divino Pai Eterno comemorou o jubileu dos 180 anos desta devoção, mas sem a presença dos devotos, por causa da pandemia de Covid 19. A celebração, porém, contou com um fato especial e inédito: a exposição do medalhão original da Santíssima Trindade.
Tradicionalmente, a festa do Divino Pai Eterno, a maior do mundo dedicada a esta devoção, é celebrada no primeiro domingo de julho. Assim, neste ano, o encerramento da novena ocorreu no último dia 5 de julho, no Santuário Basílica de Trindade (GO).
Nesta ocasião, devido ao jubileu de 180 anos de devoção, o medalhão original, com a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria, ficou exposto pela primeira vez no altar.
Conforme explica a Afipe (Associação dos Filhos do Pai Eterno), o medalhão original e a primeira imagem do Divino Pai eterno ficam guardados no Santuário Basílica e somente o reitor tem acesso.
“Nunca mostramos este Medalhão antes e dessa forma. Hoje, ele está aqui exposto para que nós saibamos que na pequenez, na humildade, Deus manifestou Sua Misericórdia”, declarou o reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, Pe. Robson de Oliveira, durante sua homilia, na Missa de encerramento da novena, que foi transmitida pelos meios de comunicação do Santuário.
A devoção ao Divino Pai Eterno teve início por volta de 1840, quando o casal Constantino Xavier e Ana Rosa encontrou o medalhão com a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria.
Pe. Robson Oliveira recordou que, quando o casal encontrou o medalhão, “começaram a rezar em casa, depois fizeram uma palhoça, construíram uma capela e só em 1912, quando os Missionários Redentoristas já estavam por aqui é que foi construída a Igreja Matriz, depois veio este Santuário Basílica, e agora estamos com o desafio de erguer o Novo Santuário”.
“Que nós possamos adorar a Deus, em Seus pequenos sinais como este Medalhão. Que nós entendamos que Deus nos ama, é Deus conosco e Ele está em nossa vida. Que Maria Santíssima interceda e nos faça merecedores das bênçãos e promessas divinas”, completou.
De acordo com a Afipe, a exposição do medalhão original foi uma surpresa que emocionou os devotos. O Missionário Redentorista Ir. Diego Joaquim confessou que “não esperava que o medalhão estivesse exposto pela primeira vez”.
“É uma peça muito significativa para quem é devoto! Poucas pessoas tiveram acesso e o privilégio de vê-la de perto ou segurar em suas mãos. Por ser uma peça frágil e pequena, nunca foi exposta. Acredito que tenha sido um consolo para os romeiros, para todos nós, poder ver este sinal pequeno sendo apresentado aos fiéis no encerramento da Festa de 2020”.
O religiosa assinalou que “isso significa para nós que a ação de Deus vem em gestos pequenos e simples, mas de uma força grandiosa. Foi assim que essa devoção começou e foi muito bom poder ver a surpresa que, com certeza, encheu o coração de tantas pessoas em um momento de tanta angústia”.
A devoção ao Divino Pai Eterno
Foi por volta de 1840 que, nas proximidades do Córrego do Barro Preto, que mais tarde recebeu o nome de Trindade, o casal Constantino Xavier e Ana Rosa de Oliveira encontrou o medalhão enquanto trabalhavam no campo. Eles o levaram para casa, onde, junto a outros morados, começaram a rezar o terço.
As notícias de graças alcançadas se espalharam, levando ao crescimento do número de devotos. Com isso, foi construída, por volta de 1843, a primeira capela coberta com folhas de buriti.
Em 1912, foi inaugurado o primeiro Santuário do Divino Pai Eterno, hoje conhecido como Santuário Velho ou Igreja Matriz.
Em relação à imagem do Divino Pai Eterno, conta a história que, dois anos após o início das orações em torno do medalhão, Constantino se dirigiu a Pirenópolis, mais de 120 km de distância de Trindade, para encomendar uma réplica. Entretanto, foi orientado pelo artista plástico Veiga Valle a fazer uma imagem maior, de aproximadamente 30 cm.
Sem dinheiro para pagar pela obra, Constantino deixou o próprio cavalo em troca da imagem e voltou a pé para Trindade, onde foi recebido em festa. Naquele momento, surgiu o motivo da peregrinação anual ao Santuário.
O atual Santuário Basílica do Divino Pai Eterno teve sua pedra fundamental lançada em 1943, em comemoração pelo centenário da romaria.
Em 1957 foi apresentado um projeto para sua construção e, em 1974 começou a realização da novena e festa do Divino Pai Eterno no local. Mas, somente em 1994 iniciou-se a fase final do prédio. Já em 2006, o Papa Bento XVI concedeu o título de Basílica Menor.
A Romaria do Divino Pai Eterno compreende dez dias, culminando no primeiro domingo de julho. Trata-se do maior evento religioso da região Centro-Oeste e o segundo maior do Brasil.
Fonte: acidigital