Santa Catarina nos lembra que os cristãos têm uma séria obrigação moral de trabalhar pela justiça e pela paz nesta vida
Já se passaram mais de 600 anos desde que Santa Catarina de Sena morreu, mas a santidade é atemporal. Sua história nos deixa várias lições que podem ser aplicadas aos cristãos de hoje.
Confira e aplique na sua vida diária:
1 – DEFENDA A VERDADE EM TEMPOS DE CONFLITO
Se você acha que a política moderna é divisora e perigosa, você deveria ter visto a cidade de Sena no século 13! As facções em guerra dilaceraram a península italiana e a maioria das pessoas no poder se envolveu em amargas disputas.
Neste pano de fundo, a vida sagrada de Santa Catarina de Sena brilha ainda mais intensamente. Ela pedia a paz aos que estavam em guerra e humildade aos que buscavam o poder terreno. Foi uma rara defensora da verdade de Cristo em seus dias, uma “voz clamando no deserto”.
Seus esforços para falar a verdade e espalhar a mensagem de Cristo tornaram-na conhecida ainda durante sua vida, embora nem sempre fosse para seu benefício. Em 1378, o Papa Gregório a enviou a Florença para trabalhar pela paz depois que a cidade declarou guerra contra a Santa Sé:
“Infelizmente, por meio da conduta facciosa de seus associados florentinos, ela se envolveu na política interna da cidade e, durante um tumulto popular, houve um atentado contra sua vida. Ela ficou amargamente desapontada com sua fuga, declarando que seus pecados a haviam privado da rosa vermelha do martírio.”
A reação dela por ter sido poupada da morte certamente não é como a maioria das pessoas responderia! No entanto, podemos aprender muito com seu destemor.
Santa Catarina não teve medo de defender a paz, a misericórdia e a verdadeira caridade. Seu testemunho franco do Evangelho nem sempre a tornou querida para os outros! Mas o que é certo raramente é o que é popular. Nenhum dos antagonismos e calúnias que ela enfrentou a impediu de cumprir seu dever como cristã.
2 – ATENHA-SE AO CHAMADO DE DEUS PARA VOCÊ
Santa Catarina encontrou muita oposição de várias fontes ao longo de sua vida. Surpreendentemente, uma dessas fontes foram seus próprios pais.
Naquela época, era prática comum uma mulher se casar com o viúvo de sua irmã. E era isso que os pais de Catarina queriam. Mas a recusa persistente dela em obedecer aos pais neste assunto deve ter parecido teimosia obstinada. Entretanto, ela sabia que Deus tinha outros planos para a sua vida e o mesmo o amor filial não a afastaria da vontade de Deus.
Hoje em dia, ouvimos muito sobre “ouvir uma voz interior”. Se essa “voz interior” é a “voz mansa e delicada de Deus” falando em nossas consciências, então é justo que a sigamos contra todas as probabilidades.
Santa Catarina discerniu cuidadosamente a vontade de Deus para ela e então perseverou em fazê-lo. Sua determinação de obedecer ao chamado de Deus, mesmo em face das pressões do mundo, é um exemplo para todos nós.
3 – TRABALHE PELO REINO DE DEUS
Pode ser fácil livrar-se das calamidades mundanas com a certeza de que “Tudo se igualará na próxima vida”. Mas Santa Catarina não adotou essa abordagem de forma alguma, embora o mundo espiritual fosse uma presença real e constante ao seu redor.
Ela não só se dedicou a servir os pobres e enfermos, mas também estava muito envolvida na política civil e eclesiástica de seu tempo.
A oração e a meditação energizaram e guiaram seus esforços. Santa Catarina foi um exemplo vivo de “fé e obras” sobre as quais São Tiago escreveu, dizendo: “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras está morta” (Tiago 2,26).
Santa Catarina nos lembra que os cristãos têm uma séria obrigação moral de trabalhar pela justiça e pela paz nesta vida. Ela equilibrou sua devoção espiritual com esforços muito ativos para fazer a obra de Deus na terra.
Fonte: Aleteia