Sabe quando falta tempero, o sabor do vinho se torna água e as coisas parecem não ter mais graça? Pois é: ao consagrar à Mãe, ela é capaz de pedir ao seu Filho que o milagre de Caná se repita.
Sabia que a Igreja Católica é a única que celebra o casamento como sacramento e, portanto, é apenas nela que se tem o matrimônio?
Sim. Em todas as demais igrejas de denominação cristã os únicos sacramentos são o batismo e a santa ceia (simbólica, não real). O matrimônio como marca do sagrado (sacramento) só é realizado na Igreja Católica.
Sabia que o sacramento do matrimônio é o único cujos presidentes são os noivos, e não o diácono, padre, bispo ou papa?
Sim. Este fato se atesta no simples fato de que, quando o celebrante pergunta se é de livre e espontânea vontade que ambos (nubentes) querem contrair matrimônio e, caso não queiram, a cerimônia termina ali. Em todos os demais o celebrante é quem define o início e término da celebração.
O que diz Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o matrimônio?
No limiar de sua vida pública, Jesus opera seu primeiro sinal a pedido de sua Mãe por ocasião de uma festa de casamento (João 2,1-11). A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias de Caná. Vê nela a confirmação de que o casamento é uma realidade boa e o anúncio de que, daí em diante, ser ele um sinal eficaz da presença de Cristo, e assim é elevado a matrimônio.
Em sua pregação, Jesus ensinou sem equívoco o sentido original da união do homem e da mulher, conforme quis o Criador desde o começo. A união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel, pois Deus mesmo a ratificou: “O que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt 19,6).
Sabia que o principal objetivo do matrimônio não é fazer o outro feliz?
Não. O objetivo do matrimônio é levar o outro para o Céu. Ora, amar é… não albergar senão um único pensamento, viver para a pessoa amada, não se pertencer, estar submetido venturosa e livremente, com a alma e o coração, a uma vontade alheia… e ao mesmo tempo própria.
Enquanto caminhamos pela terra, a dor é a pedra de toque do amor. No estado matrimonial poderíamos afirmar que há anverso e reverso. De um lado, a alegria de se saber querido, o entusiasmo de constituir e fazer um lar, o amor conjugal, o consolo de ver os filhos crescerem. De outro, dores e contrariedades, o passar do tempo que consome os corpos e ameaça azedar os caracteres, a aparente monotonia dos dias que parecem sempre iguais. Por isto os casados estão chamados a santificar o seu matrimônio e a santificar-se a si próprios nessa união. A graça própria do sacramento do Matrimônio se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a fortificar sua unidade indissolúvel. Por esta graça eles se ajudam mutuamente a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos filhos.
Como solidificar o matrimônio e fazê-lo sagrado a cada dia?
Jesus é a fonte desta graça. Como outrora Deus tomou a iniciativa do pacto de amor e fidelidade com seu povo, assim agora o Salvador dos homens, Esposo da Igreja, vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do Matrimônio. Permanece com eles, concede-lhes a força de segui-Lo levando sua cruz e de levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros, “submeter-se uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5,21) e amar-se com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor e de sua vida familiar, Ele lhes dá, aqui na terra, um antegozo do festim de núpcias do Cordeiro.
É interessante e importante observar que, para o cristão, a Bíblia não é um livro meramente histórico, mas atual e escrito para mim e para você. Qual é a importância disto? O Sagrado Magistério nos ensina que devemos ler os Textos Sagrados certos de que Jesus pensou em mim e em você nas suas atitudes. Assim, quando Ele realizou o milagre em Caná, pensou no seu matrimônio e nas necessidades de pequenos milagres que tanto são necessários a cada dia.
E aqui está a beleza daquele ato. O milagre poderia ter acontecido apenas com o pedido dos noivos, ou de alguém presente nas bodas. Mas, não. Veio com pedido de Sua Santíssima Mãe. E é isto que ela quer fazer hoje. Pedir ao Seu Filho que realize milagres nos matrimônios. Para isto, a sugestão é simples: consagre seu matrimônio a Nossa Senhora.
A palavra consagrar tem uma conotação linda, sagrar-se com, ou seja, tornar-se sagrado. Assim, ao consagrar o matrimônio a Maria Santíssima, dizemos: “Mãe, quero que meu matrimônio seja sagrado, santo, que minha casa seja uma igreja doméstica”.
Mas, por que consagrar o matrimônio a Nossa Senhora?
Sabe quando falta tempero, o sabor do vinho se torna água e as coisas parecem não ter mais graça, tudo está indo “para o brejo”? Pois é. Ao consagrar a Mãe, ela é capaz de pedir ao seu filho que o milagre de Caná se repita, e a água novamente se torne vinho.
Quando a cruz está pesada e parece que o mundo vai desabar, não podemos jamais nos esquecer de que a Mãe sempre está ao nosso lado, como um dia esteve ao lado da cruz de seu Filho: de pé. Em meio a dor, ela não fugiu, ou caiu, ou entrou em pânico. Manteve-se com postura firme, certa de que a vitória viria após aquela cruz. E é hoje esta a postura dela diante das nossas cruzes. Mantém-se de pé, certa de que a missão do matrimônio e, por conseguinte, da família é a santificação, e é nesta postura que intercede a Jesus pelos que sofrem durante a subida do calvário de cada dia.
Por último, e certamente o mais importante, também nos remete às Bodas de Caná e àquilo que a Mãe Santíssima mais quer de nós. Quando precisamos de orientação, de uma palavra amiga, de um sentido novo, enfim, de nos mantermos no caminho certo, ela nos diz suas últimas palavras nas Sagradas Escrituras: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Pode até parecer loucura. Maria (perdoa meu grifo) também foi “louca” ao se lançar nas Mãos do Criador ao dizer “Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Mas, graças a esta “loucura” tornou-se corredentora ao nos trazer a Salvação (Jesus).
Fonte: Aleteia