Jerusalém de Ouro (em hebraico), Jerusalema (em venda, língua da África do Sul) e Rorate Coeli (em latim): estilos diferentes, anseios em comum
3 músicas que falam de Jerusalém costumam destacar-se entre as centenas de canções que representam essa cidade única na história da humanidade, em termos de inigualável peso religioso e cultural para bilhões de pessoas das três grandes religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islã. De fato, as três religiões a consideram uma Cidade Santa.
A importância de Jerusalém é tamanha que a cidade é símbolo de algo muito maior do que ela própria: a promessa de Deus de reunir o Seu povo para a eternidade, vencendo todos os muitos e densos desafios e desolações que o povo eleito precisa enfrentar nesse trajeto.
Canções em homenagem a Jerusalém existem em culturas e línguas incontáveis e é difícil selecionar somente algumas poucas, mas aqui vão 3 delas que certamente tocaram milhões de corações:
3 músicas que falam de Jerusalém
1 – Jerusalém de Ouro
“Jerusalém de Ouro” é uma canção muito popular de Israel, composta por Naomi Shemer em 1967. A letra descreve o anseio do povo judeu de voltar para Jerusalém, reprimido durante 2 mil anos.
O título em hebraico é ירושלים של זהב (Yerushalayim Shel Zahav).
Grande parte da letra evoca poesias e temas tradicionais de Israel. O próprio título, “Jerusalém de Ouro“, faz referência a uma joia mencionada numa lenda talmúdica sobre o rabino Aquiba. O refrão vem de um poema do Rabi Yehudah Halevi: “Eis que, para todas as tuas canções, eu sou um violino“. O verso “A cidade assenta-se solitária” vem do primeiro versículo do livro das Lamentações. Por fim, a frase “Se eu me esquecer de ti, Jerusalém” vem do Salmo 137, 5.
A Jerusalém cantada neste clássico não é a cidade física, mas tudo o que Jerusalém representa como promessa para todo um povo.
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No vídeo acima, a canção é interpretada por Ofra Haza (1957-2000), cantora judia de família iemenita que alcançou grande popularidade no Oriente Médio.
2 – Jerusalema
O improvável “hit” que arrebatou multidões no verão europeu de 2020 é uma canção gospel, afro-house, composta pelo sul-africano Kgaogelo Moagi, de 24 anos. Ele se tornou famoso como Master KG em 2018 ao receber o prêmio AFRIMMA de melhor artista na categoria African Electro com o álbum “Skeleton Move”.
A letra de “Jerusalema” trouxe uma mensagem de esperança aos cinco continentes em plena pandemia do coronavírus. A música ficou entre as mais ouvidas no Spotify na primeira semana de agosto deste ano e acumula centenas de milhões de visualizações no YouTube, entre a versão oficial e inúmeros vídeos paralelos.
“Jerusalema” foi escrita na língua venda, um dos muitos idiomas da África do Sul. Homenageia a Nova Jerusalém, entendida no sentido bíblico de cidade celestial a ser alcançada em nossa busca comum e fraterna de comunhão com Deus.
A letra recorda:
“Jerusalém é minha casa. Me salve. Caminhe comigo. Não me deixe aqui. Meu lugar não é aqui, meu reino não está aqui“.
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3 – Rorate Caeli
Magistral canto gregoriano entoado no Advento, “Rorate Caeli” é um hino inspirado nos clamores do Antigo Testamento para que Deus nos resgatasse e nos mandasse o Messias. Representa o espírito de súplica e expectativa desse período litúrgico: a espera e a confiança na promessa de Deus, apesar das desolações.
O refrão se baseia no livro do profeta Isaías (45, 8) e suplica:
“Que os céus, das alturas, derramem o seu orvalho; que as nuvens façam chover a vitória; abra-se a terra e brote a felicidade e, ao mesmo tempo, ela faça germinar a justiça! Sou eu, o Senhor, a causa de tudo isso”.
As evocações a Jerusalém permeiam todo o hino desde o seu começo:
“Eis que a cidade do Santuário ficou deserta: Sião tornou-se deserta; Jerusalém está desolada. A casa da vossa santificação e da vossa glória, onde os nossos pais vos louvaram (…) Olhai, ó Senhor, para a aflição do vosso povo e enviai Aquele que estais para enviar! Enviai o Cordeiro dominador da terra, da pedra do deserto ao monte da filha de Sião, para que Ele retire o jugo do nosso cativeiro”.
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Fonte: Aleteia