O Padre Belchior de Pontes foi batizado no dia 6 de dezembro de 1644. (Não há registro exato do dia do seu nascimento). Nasceu no Pirajuçara. Filho de Pedro Nunes de Pontes e de Ignes Domingues Ribeira. Família de 15 irmãos; era o quinto filho. Aprendeu a ler, escrever e cantar com os padres da Companhia de Jesus, na Vila de São Paulo.
Após conclusão dos estudos ordenou-se sacerdote na Bahia. Dedicou-se a sua missão, celebrava missas, ouvia confissões, batizava e, principalmente, catequizava índios, curava seus males e suas doenças, numa época de muita dificuldade nas aldeias de M´Boy e Itapycyryca, onde o padre comparecia e ficava, numa pequena palhoça.
Era muito devoto de Nossa Senhora. Recomendava aos que pediam a sua ajuda para rezar, principalmente, o terço e que fizessem novenas. Afirmava que todas as dificuldades seriam solucionadas pela santa. Tinha também o dom de falar em línguas. Abriu mão de todos os bens materiais. Não tinha nem baú e dificilmente aceitava algo de presente. Gostava de ficar sozinho em seu recolhimento, permanecendo longo tempo em silêncio, meditando.
JACULATÓRIA que repetia todas as manhãs para combater as tentações e fortalecer a fé: “Senhor, quantas vezes tiver tentação, tantas vos louvo”.
Enviado a M’BOY (atualmente Embu das Artes), construiu a igreja de Nossa Senhora do Rosário, além de prestar assistência aos índios na aldeia de “ITAPYCYRYCA”. Belchior de Pontes tinha o dom de conhecer as coisas ocultas. Havia casos que ele enviava respostas e objetos às pessoas, sem que elas relatassem ao sacerdote, pois o padre já sabia das suas necessidades.
Exercia o seu sacerdócio e visitava muitas pessoas, algumas que às vezes estavam doentes. Não media esforços e atendia a todos que o procurava para confissões. Muitas vezes aparecia em alguns lugares sem ser chamado. Houve um caso de aparição de Belchior de Pontes até em outro país, exercendo dessa forma seus dons extraordinários e sobrenaturais.
Tinha como missão comparecer à aldeia de “ITAPYCYRYCA” para ajudar os índios, curar os doentes e confessar os devotos. Atendia quem pedia oração e exercia seu santo-ofício, com simplicidade e obediência. Era muito conceituado em seus oráculos.
Em relação ao seu falecimento, Belchior sabia o dia, local e hora que ia morrer. Na última hora pediu que lessem as orações de Santo Anselmo e a Paixão de Cristo. Ao ser sepultado conservava no rosto aquela alegria de que era dotado. Foi enterrado no sábado, dia de Nossa Senhora, de quem era muito devoto. Cobriram-no de flores e foi enterrado em terra virgem. Morreu no dia 22 de setembro de 1719, com a idade de quase 75 anos. Tendo vivido na Companhia de Jesus mais de 49 anos.
Houve muitos casos de curas e milagres ocorridos após a sua morte. Pessoas picadas por cobras ou que padeciam de alguma doença eram curadas. A população tinha muita fé e confiança no reverendíssimo Padre Belchior de Pontes. Resumo de algumas realizações do Padre Belchior de Pontes, que viveu neste rincão, nos primórdios de “Itapycyryca”.
Fonte: Vida do venerável Padre Belchior de Pontes – composta pelo Padre Manoel da Fonseca, ano 1752 – reeditada pela Companhia Melhoramentos de S. Paulo.
Compilado por Toninho do Pito – Itapecerica da Serra – SP