Durante nossa vida, temos amizades que podem durar muito, muito tempo mas às vezes, essas amizades que são tão fortes e duradouras, com o passar dos tempos, por exemplo, amizades que estão longe de nós, podem ir enfraquecendo-se e ao mesmo tempo ter a sensação que se estão “murchando”. Para que isso não aconteça, é necessário que essas amizades sejam “alimentadas”. Aqui estão algumas dicas para cuidar delas apesar da distância
Manter as amizades não é fácil quando já é difícil passar tempo suficiente com a família. No entanto, a amizade pode ser fortalecida à distância, em pensamento, em palavra, por atos e até … por omissão.
1 – EM PENSAMENTO
Podemos abrir espaço para a amizade através do pensamento, porque os amigos estão sempre presentes em nossa vida, mesmo quando não os vemos. Em certos momentos cruciais, quando sua amiga Delphine fazia sessões de quimioterapia, Marie vivia seu afeto combinando suas intenções com a situação da amiga: “Eu bebia pensando nela quando ela era alimentada por perfusão, dançava no lugar dela quando ela estava pregada na cama”.
No entanto, esses momentos não são perdidos se permanecerem apenas na mente? Marie não só pensava em Delphine, mas também a informava por meio de mensagens, e-mails, Facetime … Graças a esses formidáveis vetores de comunicação, Axelle também expressa sua amizade quando pensa em sua amiga. “Quando passo pela casa velha de Géraldine, que se mudou para Toulouse, mando para ela uma foto com algumas palabras”. Às vezes é apenas um “Eu penso em você!” Géraldine, por sua vez, envia uma mensagem a cada aniversário da morte do bebê de Axelle. “Um gesto de amizade pode me deixar feliz, mesmo quando estou cheia de tristeza”, reconhece a jovem.
2 – EM PALAVRA
Apesar de tudo, de acordo com a filósofa Simone Weil: “não são suficientes o calor, o vínculo do coração e a piedade”. A amizade não pode passar sem ouvir e mostrar interesse, se não regular, pelo menos ocasional. “A amizade patinaria se ficasse apenas nas lembranças!”, assinala Marie Xavier, diretora comercial de uma grande empresa, muda-se a cada três anos para outro lugar no mundo.
Como qualquer pessoa, ela tinha problemas para manter seus bons amigos quando estavam distantes geograficamente. Ela pensava neles sem enviar-lhes mensagens com sinais de vida. Então ela decidiu “alimentar” suas amizades com um telefonema pelo menos uma vez por trimestre. Ela fez uma lista de suas amizades mais profundas, aquelas com as quais sabia que podia contar.
Em seguida, ela escolheu um horário na sua agenda da semana para ligar para elas durante uma viagem, quando fosse de caminho para a academia, pelo lugar onde ela caminha rapidamente duas vezes por semana. Para ser mais eficiente, ela identificou para cada um de seus amigos suas “linguagens do amor”: uma amiga que é mais sensível aos presentes, um amigo que sente carinho quando o elogiam, outro amigo que valoriza os favores… “Como a gente se vê pouco, é melhor ir direto ao assunto!”, justifica este pragmático.
3 – POR ATOS
Raphaëlle, alérgica ao telefone e às redes sociais, escolheu outros meios para demonstrar seu carinho. Ela “mostra sua disponibilidade” quando uma amiga anuncia sua chegada em sua cidade. Você pode cancelar algum compromisso e fazer um esforço real para que sua amiga se sinta bem-vinda: você vai buscá-la na estação, prepara uma refeição para ela com seu prato favorito ou pede ao marido dela para colocar os filhos na cama para eles dormirem. Além disso, uma vez por ano, ela reserva um “fim de semana feminino”, no qual ela faz uma reunião com quatro ex-escoteiras chefas com quem liderou uma turma de escoteiros mirins.
“Na amizade, o compromisso se manifesta por meio de atos”, explica André Guigot, por isso, segundo ele, nunca dizemos “te amo” a um amigo. Para demonstrar sua afeição aos outros, os cristãos têm recursos adicionais. Todo verão, Amandine chama duas amigas para um retiro. Quanto a Anouk, ela sistematicamente convoca seus amigos quando um filho recebe um sacramento. Marie diz que “não calcula nada”, mas que aproveita todas as oportunidades de encontro. Viaja mil quilômetros para ir ao aniversário de um velho amigo perdido de vista e organiza regularmente passeios com os amigos para aproximar mais as turmas. Tenta estar presente tanto nos momentos felizes quanto nos difíceis: “Se eu posso atravessar a França para um casamento, por que não posso fazê-lo para ir a um funeral?”, argumenta.
À distância, podemos rezar especialmente pelos amigos: rezar um terço pela sua intenção, mandar uma mensagem pelo aniversário de casamento, a festa do padroeiro e até pedir para realizar missas. Sem esquecer os amigos do Céu, que nunca nos abandonam e com os quais podemos manter um vínculo. As amigas de Delphine faziam uma reunião todas as quintas-feiras para rezar pelas pessoas doentes na sua paróquia para rezar pela sua cura. Sempre mantêm a amizade com um vínculo virtual “tão direto como se estivesse ali”. Jean-Renaud, por sua vez, experimentou concretamente o fruto da oração amiga: milagrosamente acordou do coma no dia seguinte a uma noite de adoração organizada pelos seus entes queridos.
4 – POR OMISSÃO
As relações amigáveis evoluem ao longo dos anos, com as mudanças, com a idade e as preocupações do caminho. Às vezes, os caminhos se separam e é preciso saber aceitar o duelo de uma amizade ou, pelo menos, aceitar que é imperfeito e não linear. E perdoar os silêncios. Quem sabe, eles poderiam construir uma amizade. Marie nunca esteve tão próxima da sua amiga Béatrice como depois de seu afastamento em Marselha: “Fazia dez anos que não a via e retomei a conversa no ponto em que parei: fomos direto ao essencial”. A amizade, às vezes, não precisa de manutenção para existir.
Olivia de Fournas
Fonte: Aleteia