“No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão”, dizia Santa Dulce dos Pobres, primeira santa nascida no Brasil, cuja memória é recordada em 13 de agosto.
A seguir, apresentamos 5 fatos sobre a vida desta religiosa que é também conhecida como o Anjo Bom do Brasil.
1) Adotou o nome Dulce em homenagem à sua mãe
Ainda muito cedo, quando tinha apenas 7 anos, Santa Dulce (cujo nome de batismo era Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes) perdeu sua mãe, Dulce Maria, a qual tinha 26 anos.
Mais tarde, quando ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em 1933, e recebeu o seu hábito, adotou o nome Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.
2) Era devota de Santo Antônio
Após a canonização de Irmã Dulce, ocorrida em 13 de outubro de 2019, o então Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, presidiu uma Missa no dia seguinte na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma.
O local foi escolhido devido à grande devoção que Irmã Dulce tinha por Santo Antônio. “Era realmente um amigo que ela tinha, um confidente, e ao mesmo tempo, a quem ela recorria em suas necessidades”, sublinhou o Prelado.
De fato, Santo Antônio sempre teve um lugar especial na vida da religiosa, desde sua infância. Era ao santo que ela recorria nos momentos de angústia, desespero e também para solicitar a concretização de algum projeto. Chamava-o, inclusive, de seu “tesoureiro”.
De acordo com o site da Arquidiocese de Salvador (BA), ainda na infância, ela costumava decorar o altar do santo.
Além disso, atualmente pertence ao acervo do Memorial Irmã Dulce uma imagem de Santo Antônio do século XIX, que pertenceu ao avô da religiosa, o advogado Manoel Lopes Pontes, diante da qual a família dela costumava fazer seus pedidos e orações.
3) Construiu o maior hospital da Bahia a partir de um galinheiro
Na década de 1930, irmã Dulce começou um trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, em Salvador (BA).
Conta o site das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) que, em 1939, a religiosa invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar os doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Foi expulsa do lugar e precisou peregrinar durante uma década, levando os seus doentes por vários locais da cidade.
Em 1949, ocupou um galinheiro ao lado do Convento de Santa Antônio, após a autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. Hoje, no local, está o Hospital Santo Antônio, o maior da Bahia.
Segundo assinala OSID, esta iniciativa da religiosa “deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro”.
4) Durante 30 anos, dormiu em uma cadeira de madeira
No Memorial Irmã Dulce também se encontra o quarto da religiosa, onde está a cadeira de madeira na qual ela dormiu por cerca de 30 anos, em razão de uma promessa.
Em 1955, a irmã da santa brasileira, também chamada Dulce, passou por uma gravidez de alto risco e a religiosa rezou por sua saúde e recuperação. Assim, durante três décadas, dormiu na cadeira para pagar sua promessa e agradecer pela recuperação de sua irmã, mesmo enfrentando muitas dificuldades, devido a um enfisema pulmonar.
Irmã Dulce só deixou de dormir na cadeira de madeira em 1985, aos 71 anos, após ser convencida por seus médicos a voltar a ter seu descanso noturno na cama, devido ao seu estado de saúde.
5) Sua canonização foi uma das mais rápidas da história recente da Igreja
No dia 13 de outubro de 2019, irmã Dulce se tornou a primeira mulher nascida no Brasil a ter seu nome inscrito no livro dos santos, apenas 27 anos após seu falecimento.
Segundo destaca o site Obras Sociais da Irmã Dulce (OSID), sua canonização foi a terceira mais rápida da história recente da Igreja, “atrás apenas da santificação do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa)”.
Vale recordar que os mais rápidos da história dos santos lusófonos seguem sendo o de Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua), canonizado 11 meses após seu falecimento no dia 30 de maio de 1232, e São Teotônio, canonizado 1 ano depois de sua morte ocorrida em 1162 pelo Papa Alexandre III.
Fonte: ACI Digital (adaptado)