O Papa Francisco pôde apreciar no Vaticano um livro sagrado escrito em aramaico, resgatado da invasão do Estado Islâmico à cidade de Qaraqosh, no Iraque, e que foi restaurado recentemente na Itália.
Este é o livro sagrado “Sidra”, escrito em aramaico por volta do século XIV ou XV, que contém orações litúrgicas para a festa da Páscoa e da Santa Cruz.
O livro sagrado pertence à Igreja siro-cristã da cidade de Qaraqosh, na planície de Nínive, que o Papa visitará no próximo mês de março.
O encontro com um pequeno grupo de restauradores da Federação das Organizações Cristãs de Serviço Voluntário Internacional (FOCSIV) aconteceu na quarta-feira, 10 de fevereiro, após a Audiência Geral.
O manuscrito foi resgatado graças “à astúcia de alguns sacerdotes daquela cidade” diante da “fúria iconoclasta e anticristã” do Estado Islâmico que invadiu aquela terra de 2014 a outubro de 2016.
Em janeiro de 2017, os jornalistas Laura Aprati e Marco Bova encontraram o livro sagrado que estava em Erbil, depois foi entregue ao Arcebispo de Mosul, Dom Yohanna Butros Mouché, pelas mãos dos voluntários do LA FOCSIV.
Em seguida, o livro foi levado para a Itália para a sua restauração, que durou cerca de 10 meses, já que estava em condições de conservação muito críticas, por isso foi necessário um exame preliminar e uma comparação linguística com alguns volumes do mesmo período conservados na Biblioteca Apostólica Vaticana.
Em breve, o livro sagrado será devolvido à Igreja Siro-Cristã em Qaraqosh.
A presidente da FOCSIV, Ivana Borsotto, destacou que “a recuperação do livro sagrado de Qaraqosh faz parte do compromisso que a Federação fez com a reconstrução do tecido social de um território como o do Curdistão iraquiano e do Iraque” e acrescentou que a possibilidade que as pessoas na planície de Nínive possam continuar cantando em aramaico com este livro irá lembrar a todos “que outro futuro ainda é possível”.
Fonte: acidigital