O primeiro semestre de 2020 ofereceu um novo desafio: a pandemia de covid-19. A crise sanitária tem feito homens e mulheres pensarem e repensarem muitas realidades. Na Igreja Católica, a formação dos futuros padres tem sido refletida.
Se a formação presbiteral sempre foi um desafio eclesial, temos visto que, no século XXI, tem sido cada vez mais. Para completar, chegou a novidade: como falar de formação sacerdotal, tradicionalmente, vivida quase integralmente, em um Seminário, em tempos de pandemia?
Foi com esse objetivo que a psicóloga Luciana Campos e o padre Douglas Alves Fontes, reitor do Seminário São José da Arquidiocese de Niterói, decidiram realizar um estudo para tentar compreender o contexto da pandemia no que diz respeito à formação sacerdotal.
Como manter o rito da formação nesse cenário, quais os desafios e como a crise de coronavírus interfere no processo formativo dos futuros padres são algumas das questões que a pesquisa busca responder.
“Neste artigo, recolhemos as respostas que recebemos […] e nos propomos a refletir sobre a missão formativa em tempos de pandemia. Veremos os desafios da continuidade da formação sacerdotal em tempos desafiadores para todos. O artigo se apresenta como uma síntese do que refletimos e uma ante-sala do que queremos refletir”, explica a Drª Luciana.
Participação dos seminaristas
A intenção é lançar um novo artigo, com viés mais acadêmico, em breve. Os pesquisadores, no entanto, decidiram primeiro publicar uma síntese com a intenção de explicar o projeto e já apresentar os primeiros frutos da pesquisa.
Padre Douglas também agradece aos participantes. “Por isso, de antemão, manifestamos nossa gratidão a todos os seminaristas que se dispuseram a nos responder, aos quais continuamos querendo acompanhar e formar nesse caminho tão significativo. Gratidão a todos os que nos apoiaram ao longo da aplicação dos questionários”.
O religioso ainda conta que a quantidade das respostas foi algo inesperado. Em menos de duas semanas, a pesquisa recebeu o retorno de 2 mil seminaristas. “[O questionário] tocava em diversos pontos: disciplina, vida de oração, vocação, alimentação, luto, estudos, relações…”, revela pe. Douglas.
Drª Luciana afirma que as perguntas tiveram devolutivas em níveis muito significativos, compreendendo a cerca de 50% dos seminaristas do Brasil. A maior parte veio do clero diocesano (92,1%), residentes das regiões Sudeste (38,9%), Nordeste (30,2%), Sul (15,9%) e Centro-Oeste (8%).
O maior grupo faz parte da etapa do discipulado (42,8%), seguido pelo o da etapa da configuração (34,9%) e propedêutico (20%).
Fonte: Notícias Canção Nova (adaptado)