Francisco recebeu, em audiência, no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral da Ordem Hospitaleira.
O Papa Francisco recebeu, em audiência, nesta segunda-feira, 30, na Sala do Consistório, no Vaticano, os participantes do Capítulo Geral da Ordem Soberana Militar de Malta.
O Pontífice saudou os membros do novo Conselho Soberano, eleitos durante o Capítulo Geral que foi concluído. “Fiquei feliz em saber que as pessoas nomeadas em 3 de setembro para o governo provisório encontraram a confiança da grande maioria dos capitulares. Provenientes de diferentes realidades territoriais dos cinco continentes, manifestaram satisfação e deram confiança a quem “transportou” a Ordem rumo a este novo percurso, para aplicar fielmente a nova Carta Constitucional e o novo Código Militense “, disse.
Unidos para testemunhar a fé e a pertença à Ordem
O Santo Padre afirmou ter ficado feliz em saber que houve um bom debate sobre os assuntos abordados. “Certamente, não faltou a dialética, mas, como escrevi na mensagem que lhes enviei no início do Capítulo Geral, o caminho a seguir é aquele que nos vem diretamente de Cristo: ut unum sint, para que o mundo creia. Cada vez mais unidos para testemunhar a fé e a pertença à Ordem; cada vez mais coerentes com a cruz octogonal que vocês orgulhosamente usam. Estou certo de que na eleição do Grão-Mestre vocês encontrarão uma guia segura, garante da unidade de toda a Ordem, na fidelidade ao Sucessor de Pedro e à Igreja”.
Na sequência, Francisco falou a propósito do Capítulo dos Professos, que precedeu o Capítulo Geral, em que foi abordado o tema da “reconstituição, segundo a inspiração original, da vida comunitária e da plena observância do voto solene de pobreza”. Também foram avaliadas “concretamente as modalidades para sustentar a vida comunitária e o compromisso que a Ordem assume a esse respeito”.
O Papa os parabenizou e disse que considerou “justa e prudente a decisão de não obrigar à vida comunitária aqueles que, ao fazerem a profissão, sabiam não ser obrigados, e a afirmar ao mesmo tempo que todos são convidados a abraçá-la. Portanto, quem faz a profissão solene a partir de agora, consciente de que isso implica a vida comunitária, assumirá a obrigação com plena liberdade”. O Pontífice apreciou “a decisão de reabrir um noviciado” e espera que “em breve outros possam entrar. Para manter vivas tantas obras meritórias, é necessário rezar para que o Senhor envie ‘bons operários’”.
Identificar-se com Jesus, o Bom Samaritano
O Santo Padre se deteve sobre os termos que qualificam a Ordem Soberana Militar de Malta. Soberana. “Trata-se de uma soberania muito singular, assumida ao longo dos séculos e confirmada pela vontade dos Papas. Ela permite a vocês de realizarem gestos generosos e exigentes de solidariedade, fazendo-se próximos aos mais necessitados, sob a proteção jurídica diplomática internacional”.
Militar. “Para a defesa dos peregrinos e lugares santos, assim como da cristandade, a sua Ordem escreveu páginas gloriosas. Hoje, esses gestos dão lugar ao diálogo inter-religioso. Além disso, a fé em Cristo e o seguimento Dele os comprometem no testemunho do Evangelho e na luta contra tudo o que se opõe a ele.”
Hospitaleiro. “A Ordem tem origem no serviço que o Beato Geraldo oferecia aos peregrinos de Jerusalém. Naquele lugar, Geraldo, com os primeiros frades, acolhia os peregrinos e os necessitados, proporcionando-lhes também os cuidados médicos de que necessitavam, e isso se encontra hoje na pluralidade de suas obras”, disse ainda o Papa, recordando a necessidade de reconhecer em cada doente “o rosto sofredor de Cristo, seja qual for a sua origem, nacionalidade ou crença religiosa”, segundo “as três modalidades do Senhor: proximidade, compaixão e ternura”. “Ao se aproximarem com compaixão e ternura, vocês se identificam com Jesus, o Bom Pastor, o Bom Samaritano”.
Por fim, a propósito das obras, Francisco disse que elas “devem ser bem organizadas, devem ser bem administradas, mas acima de tudo devem ser um sinal da caridade de Cristo”.
Fonte: Canção Nova