Ao mesmo tempo em que as dioceses de Bangladesh necessitam de ajuda para enfrentar a situação provocada pelo coronavírus, católicos do país contribuem com o Fundo criado pelo Papa
Desde o início da pandemia de Covid-19, a Diocese de Barishal, em Bangladesh – que abrange 11 distritos civis – organizou-se para ajudar a população a prevenir e conter os contágios por coronavírus, quer por meio de seus dispensários – com a ajuda de médicos que ofereceram seus serviços e medicamentos – quer pelas indicações precisas às paróquias.
Os pobres são os que mais sofrem as consequências do isolamento: a maior parte da população vive de ganhos diários, e não podendo sair, fica sem ter como se alimentar. Da mesma forma os pequenos agricultores não podem transportar seus produtos e vendê-los para obter um sustento mínimo. Com as escolas fechadas, professores e funcionários estão sem receber seus salários há meses, colocando também suas famílias em dificuldades.
A diocese está tentando ajudar no que pode, fornecendo ajuda alimentar também aos povos indígenas, que são discriminados na distribuição de auxílios estatais, mas que, por sua vez, precisam de ajuda urgente.
Fundo de emergência criado pelo Papa
A Diocese de Barishal, assim como tantas dioceses do mundo, recebeu ajuda do Fundo de Emergência criado pelo Papa Francisco junto às Pontifícias Obras Missionárias (POM) com o objetivo de apoiar as Igrejas dos países missionários diante da emergência de Covid-19.
Em Bangladesh, atendendo aos pedidos recebidos dos bispos, o Fundo também pôde ajudar várias outras circunscrições eclesiásticas. A maioria dos territórios confiados ao Dicastério Missionário apresenta situações econômicas, sociais e de saúde extremamente precárias, que a pandemia de Covid-19 está agravando ainda mais, criando dificuldades para o trabalho de evangelização e promoção humana.
Bangladesh está concretizando plenamente a cooperação missionária entre as Igrejas, parte essencial, junto com a oração, do carisma das POM. De fato, o Diretor Nacional das POM, padre Rodon Hadima, organizou a arrecadação de fundos no país para contribuir com o Fundo Covid instituído pelo Papa, e já enviou duas contribuições. Assim, ao mesmo tempo em que as dioceses de Bangladesh necessitam de ajuda para enfrentar a situação, os católicos do país contribuíram com o que puderam para o Fundo, em ajuda às outras Igrejas no resto do mundo.
Diocese de Rajshahi
A maioria dos fiéis da Diocese de Rajshahi, em Bangladesh, é formada por tribais adivasis, analfabetos, pobres e marginalizados. Grande parte deles é diarista na terra dos proprietários, e quando não trabalham, a família fica sem ter o que comer. Com o fechamento das escolas, os professores estão desempregados há meses, pois não têm subsídios estatais. A diocese está tentando aliviar as dificuldades de todas essas famílias, mas também a diocese é pobre e seus recursos financeiros são muito limitados.
Diocese de Mymensingh
Na Diocese de Mymensingh, a situação da Covid é bastante grave, com pelo menos mil pessoas tendo resultado positivas, mas o número é subestimado. A maioria da população é indígena, quase todos ganham a vida com pequenos trabalhos ocasionais que não podem mais fazer devido ao confinamento. A falta de comida para eles e suas famílias os expõe a doenças e desesperos.
Dioceses de Sylhet e Khulna
Também na Diocese de Sylhet, as pessoas são muito pobres e simples, e não entendem a gravidade da situação provocada pelo vírus. A Igreja está empenhada no campo educacional e da saúde, a serviço dos pobres e de pessoas com deficiência, e no respeito aos seus direitos. Após o isolamento, está se verificando uma grave falta de comida, sentida mais pelos idosos e crianças, incluindo crianças de rua assistidas pela Igreja, que agora estão passando fome.
Situação semelhante é registrada na Diocese de Khulna, onde a maior parte dos cristãos é pobre e socialmente excluída. A Igreja está envolvida na distribuição de alimentos para aliviar a situação de muitas famílias que não têm outra ajuda.
Arquidiocese de Chattogram
A Arquidiocese de Chattogram se estende por um vasto território, onde a maioria da população é pobre, sobrevivendo de pequenos cultivos. A falta de sacerdotes e agentes pastorais sempre constituiu um obstáculo para a evangelização. Apesar da abnegação, os missionários não conseguem visitar as comunidades mais de uma vez por ano. A fé é alimentada e se mantém viva graças ao trabalho dos catequistas e dos animadores da oração, que são preparados para animar os encontros de catequese, acompanhar os catecúmenos e guiar momentos espirituais, conseguindo visitar frequentemente as comunidades. O apoio financeiro é particularmente necessário para eles agora, para que possam comprar material de proteção contra a Covid-19.
Fonte: Canção Nova