No dia 23 de setembro, o Bispo da Diocese de Yola, Dom Stephen Dami Mamza, recebeu o “Prêmio ao Herói da Paz” por seu trabalho exemplar na Nigéria, o país mais populoso da África.
Sowers International, uma organização cristã com sede na Nigéria que promove a paz na África e na Ásia, anunciou os nomes dos premiados em 21 de setembro, que é o Dia Internacional da Paz.
O pastor e presidente da Sowers International, Nicodemus Ozumba, disse que Dom Mamza, de 50 anos, foi homenageado como Embaixador da Paz “por suas muitas contribuições e apoio para a promoção da paz e da unidade” durante um período muito difícil para o estado de Adamawa.
“É uma honra bem merecida, porque ele [Dom Mamza] assumiu o cargo em um momento em que a paz era frágil e os conflitos comunitários, as crises políticas e as diferenças atingiam seu ponto mais alto no estado”, assinalou à imprensa local.
“Sem desanimar, Mamza se manteve como um campeão, um símbolo e um epítome da paz no estado, porque buscou a paz com sinceridade, diligência, integridade e temor a Deus”, destacou.
Em 2011, Dom Mamza, que também é presidente da Associação Cristã Nigeriana (CAN, na sigla em inglês) no estado de Adamawa, foi nomeado bispo quando rebeldes do grupo terrorista islâmico Boko Haram atacaram o estado.
Os atos de violência mais destacados são os seguintes: Em janeiro de 2012, ataques contra civis, empresas, delegacias de polícia e repartições públicas causaram a morte de 180 pessoas; em novembro de 2015, um atentado suicida contra um mercado causou a morte de 30 pessoas; e em dezembro de 2016, dois atentados suicidas resultaram em 57 mortes.
É importante destacar que o pico das insurgências ocorreu em 2013 e que, em resposta, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou estado de emergência nos estados de Adamawa, Borno e Yobe. Um ano depois, foi relatado que o estado de Adamawa era o lar de cerca de 400 mil pessoas deslocadas pela violência perpetrada pelo Boko Haram.
Diante disso, Ozumba disse que Dom Mamza conseguiu reconstruir “pontes quebradas e paredes rachadas” com muito sacrifício para que “reine a paz na cristandade e no estado em geral”.
“Ele se tornou um lápis nas mãos de Deus para manter o estado no caminho certo e em paz. Ele tem demonstrado firmemente sua opção por uma paz genuína em todos os momentos, independentemente de quem sofre”, acrescentou.
Outros personagens premiados foram Alhaji Gambo Jika, presidente do Capítulo Adamawa do Conselho Muçulmano da Nigéria; Amos Jika Yakubu, Bispo da Diocese de Yola para a Igreja Luterana de Cristo na Nigéria; e Ahmadu Umaru Fintiri, Governador do Estado de Adamawa.
Por sua vez, Dom Mamza agradeceu a organização cristã pelo reconhecimento e prometeu “continuar buscando a paz, porque sem paz não haverá desenvolvimento na cristandade, nem no Estado”.
Referindo-se ao tema do Dia Internacional da Paz deste ano “Formar juntos a paz”, o Prelado convidou as pessoas a questionarem se estão realmente “contribuindo para a paz com suas ações e omissões” e se “conhecem e entendem a essência ou a importância da paz”.
O Prelado pediu também fez um chamado para se questionarem sobre se “uma paz duradoura é inevitável em todas as sociedades” e se “estamos trabalhando e convivendo juntos e em paz” ou “sendo armas de guerra ou de paz”. Nesse sentido, desafiou os cristãos e muçulmanos do estado a continuarem pregando a paz, pois só ela pode promover a unidade do povo de Deus.
No início de 2020, Dom Mamza exortou os políticos nigerianos a pararem de usar partidos políticos para dividir e criar inimizade entre os cristãos e afirmou que é possível “estar em diferentes partidos políticos e permanecer uma só mente e um só coração”.
O Prelado também organizou outros líderes cristãos e declarou três dias de jejum e oração “para pedir a intervenção de Deus em face dos recentes assassinatos no estado de Adamawa”. A última morte foi a de Lawan Andimi, pastor protestante e presidente da CAN na área de Michika, Adamawa, assassinado em 20 de janeiro por terroristas do Boko Haram.
Fonte: acidigital