Seu amor ao próximo não impediu que ela sofresse humilhações por causa da cor da pele, da aparência física, da obesidade e dos distúrbios hormonais
Airmã Benigna Victima de Jesus foi declarada venerável nesta última sexta-feira, 18 de fevereiro. Nessa data, o Papa Francisco autorizou o decreto de reconhecimento das suas virtudes heroicas.
Trajetória
A religiosa brasileira fazia parte da congregação das Irmãs Auxiliadoras de Nossa Senhora da Piedade. Nascida em 16 de agosto de 1907, em Diamantina, MG, e batizada como Maria Conceição dos Santos, a menina de família humilde e piedosa manifestou desde cedo os sinais da vocação religiosa. Entrou no convento em 1935, adotando o nome de irmã Benigna Victima de Jesus. Ao longo da sua trajetória, trabalhou em diversas cidades de Minas Gerais, vindo a falecer na capital, Belo Horizonte, em 16 de outubro de 1981.
Testemunhos
Segundo os depoimentos recolhidos pela congregação, a irmã Benigna incentivou milhares de pessoas a crescerem no amor filial por Nossa Senhora: “Sua presença foi uma bênção para os idosos, conforto para as crianças carentes e sinal de luz para as famílias. Atendendo as pessoas, esquecia-se de si mesma e, ao ser advertida para se cuidar um pouco mais, com um suave sorriso sempre respondia: Jesus tem pressa”.
Humilhações
O seu amor efetivo pelo próximo, no entanto, não impediu que a religiosa sofresse discriminações e humilhações por causa da sua cor de pele, aparência física e quadros de saúde que incluíam a obesidade e distúrbios hormonais. Nenhuma dessas cruzes, porém, era suficiente para derrubar o seu característico bom humor, nem para fazê-la desistir da plena dedicação às pessoas por amor a Deus. De fato, a caridade e a fortaleza eram características particularmente marcantes da irmã Benigna, segundo a arquidiocese de Belo Horizonte.
Reconhecimento
Quando a irmã Benigna morreu, seu caixão foi carregado por amigos e devotos, coberto de flores e bilhetes com pedidos de graças.
Em outubro de 2011, a arquidiocese de Belo Horizonte iniciou o seu processo de beatificação, que avançou para a fase romana, junto à Congregação para as Causas dos Santos, já em 2013.
Com o reconhecimento oficial das virtudes heroicas da irmã Benigna, a arquidiocese de Belo Horizonte declarou, em seu site, que o processo de beatificação tem mostrado que “a irmã Benigna é uma mulher admirável por sua vida pautada no amor pelo próximo, especialmente enfermos e pobres. Uma história que nos revela o caminho da santidade vivido e testemunhado na especialidade do amor fraterno”.
Fonte: Aleteia