Iniciativa aconteceu nesta Sexta-feira Santa, 15, em Fátima, Portugal; caminhada começou no Santuário da Nossa Senhora da Urtiga e foi concluída com uma Missa no Santuário de Fátima
Uma Caminhada pela Paz foi realizada nesta Sexta-feira Santa, 15, em Fátima. A iniciativa começou com uma homenagem às crianças mortas na guerra na Ucrânia, “condenadas à morte por tantos pilatos”. A caminhada saiu do Santuário da Nossa Senhora da Urtiga.
“Queridas crianças da Ucrânia em conflito e do mundo em guerra, ficai sabendo que morais no melhor lugar do nosso coração e que todos os que aqui estão sofrem quando veem que o nosso nada, até esta caminhada da paz, é o tudo que temos para vos dar”, lê-se na homenagem feita pelo padre Almiro Mendes.
No início da caminhada pela paz, o texto alertou para as dores que a guerra produz nas “inocentes criancinhas”. “Persegue-me e atormenta-me a imagem daquela criança ferida e jazida no chão funesto que a bomba fratricida beijou. As bombas beijam como judas e matam sempre inocentes, como Cristo o foi”, explica.
O texto assinala que as meninas merecem “bonecas com cabelos grandes, do tamanho do amor”, e os meninos “ carrinhos da marca Porsche, rápidos como o vento da ternura”, mas são-lhes oferecidos granadas e mísseis. “Não lhes devíamos fazer mal”, afirma o sacerdote.
Iniciativa
A Caminhada pela Paz foi uma iniciativa de leigos coordenados e animados pelo padre Almiro Mendes, da Diocese do Porto.
“Todos se abraçaram nesta causa que é a mais nobre de todas, a paz, a paz no mundo e particularmente na Ucrânia; A guerra é sempre uma indignidade humana, a guerra tira e rouba a dignidade”, disse o presbítero.
Esta iniciativa, de sete quilómetros, começou às 09h30 no Santuário de Nossa Senhora da Urtiga, situado nas imediações da igreja matriz de Fátima, passando pelos Valinhos, até ao Santuário de Fátima. Ao longo do itinerário foram feitas curtas pausas, pontuadas por cânticos e pela leitura de textos poéticos.
Homilia
Na homilia, na Capelinha das Aparições, padre Almiro Mendes explicou que o sofrimento dos inocentes “é uma voz abafada que deveria ter eco, ao longe e ao perto”, mas que vai morrendo, estrangulada, “nos braços da indiferença” de tantos que tornam surdos os ouvidos, insensíveis os corações e “bloqueada a consciência”.
O sacerdote da Diocese do Porto disse aos presentes que a Caminhada pela Paz era “um grito contra a indiferença”. Segundo o padre Almiro Mendes, “a indiferença tem uma irmã gêmea que é a hipocrisia”, e ser indiferente aos problemas do mundo e concretamente da guerra, na Ucrânia ou em outras latitudes, “é alienar-se e deixar à deriva o curso da história”.
“Por isso, aqui estamos todos. Não para sermos indiferentes, mas para sermos diferentes, no sentido da nossa compaixão”, acrescentou.
A Caminhada pela Paz apresentou-se como “transversal” a toda a sociedade, querendo unir pessoas crentes e não-crentes, crianças, jovens e adultos, cidadãos da Ucrânia e portugueses, provenientes de diversas áreas.
Fonte: Canção Nova