Coleta Pró Terra Santa ajuda os cristãos que vivem no Oriente Médio
Nesta quinta-feira, 11, o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, fez um apelo em prol da Coleta Pró Terra Santa. A carta, também assinada pelo secretário Dom Gallaro, foi divulgada como instrumento para encorajar os fiéis a um gesto de solidariedade para preservar os Lugares Santos e manter as necessidades dos frades franciscanos na Terra Santa.
A iniciativa neste ano voltará a ser realizada na Sexta-feira Santa. Ano passado, por conta da pandemia, havia sido transferida para o mês de setembro. O destino da contribuição anual é ajudar a Igreja e os cristãos que vivem no Oriente Médio. A Custódia da Terra Santa cuida da preservação e revitalização dos lugares santos do cristianismo na Terra de Jesus. Além disso, os valores são voltados ao apoio e desenvolvimento da minoria cristã e assistência aos peregrinos na região.
Cardeal Sandri iniciou sua carta comentando sobre a Semana Maior:
“Cada Semana Santa, tornamo-nos idealmente peregrinos de Jerusalém e contemplamos o mistério de Nosso Senhor Jesus Cristo Morto e Ressuscitado”.
A coleta
Sobre a coleta, a carta afirma que esse modelo de fraternidade acontece com ofertas recolhidas em todo o mundo para ajudar os cristãos do Oriente Médio. A ação deriva da obra de reconciliação e de pacificação de Jesus. Isso foi recordado pelo Papa na Encíclica Fratelli Tutti e a partir do testemunho profético proposto por São Francisco de Assis.
“O fundamento do nosso ser todos irmãos e irmãs, é precisamente no Calvário, o lugar no qual, através da máxima doação de amor, o Senhor Jesus interrompeu a espiral de inimizade, destruiu o círculo vicioso do ódio e abriu para cada homem e cada mulher o caminho da reconciliação com o Pai, entre cada pessoa, com a própria realidade da criação.”, disse.
Pandemia
Cardeal Sandri recordou o ano difícil que o mundo viveu pela pandemia de coronavírus:
“Foi portanto um ano de prova e assim também para a Cidade Santa de Jerusalém, pela Terra Santa e para a pequena comunidade cristã que habita no Médio Oriente que quer ser luz, sal e fermento do Evangelho.”
Em 2020, os cristãos da região sofreram um isolamento que os fez sentir ainda mais distantes. Precisaram ser separados do contato vital com os irmãos provenientes de vários países do mundo.
“Sofreram a perda do trabalho, devida à ausência de peregrinos, e a consequente dificuldade de viver dignamente e prover às próprias famílias e aos próprios filhos. Em muitos países o persistir da guerra e das sanções agravaram os efeitos da pandemia. Além disso diminuiu a ajuda econômica que a coleta pro Terra Santa, garantia cada ano, por causa das dificuldades vividas em outros países.”
Solidariedade
O documento pede que a indiferença seja superada. Cita o exemplo dado pelo Papa Francisco, através da figura do Bom Samaritano como modelo de caridade ativa, de amor empreendedor e solidário.
“A coleta pro Terra Santa 2021 seja para todos a ocasião para não voltar o olhar, para não passar adiante, para não ignorar as situações de necessidade e de dificuldade dos nossos irmãos e das nossas irmãs, que vivem nos Lugares Santos. Se diminuir este pequeno gesto de solidariedade e de partilha (São Paulo e São Francisco o chamariam de “restituição”) será ainda mais difícil para tantos cristãos daquelas terras de resistir à tentação de deixar o próprio país, será difícil manter as paróquias na sua missão pastoral, e continuar a obra educativa através das escolas cristãs e o empenho social a favor dos pobres e dos que sofrem.”
E reforça o pedido de solidariedade por todos os que estão sofrendo na região:
“Os sofrimentos de tantos deslocados e refugiados que tiveram que deixar as suas casas por causa da guerra necessitam de uma mão estendida e amiga para deitar sobre as suas feridas o bálsamo da consolação. Não se pode enfim, renunciar do cuidar os Lugares Santos que são o testemunho concreto do mistério da Encarnação do Filho de Deus e da oferta da sua vida feita por nosso amor e para a nossa salvação.”
Fonte: Canção Nova