Carlo Acutis sabia transformar o ordinário em extraordinário porque em seu coração habitava a presença de Deus. Assim assegurou Antonia Salzano, mãe deste jovem italiano conhecido por sua obra evangelizadora na Internet, que será beatificado no dia 10 de outubro, em Assis.
Em uma entrevista concedida a ACI Prensa / EWTN, Antonia Salzano destacou que Carlo “desejava muito o encontro com Jesus, que para ele era uma presença viva, era um amigo. Ele viveu isso como um encontro com o amor de sua vida ao qual não queria renunciar por nada. Carlo viveu esta presença constante de Deus na sua vida, soube transformar o ordinário em extraordinário precisamente porque tinha no coração esta presença viva de Jesus”.
Explicou que “desde pequeno Carlo sempre demonstrou um grande interesse por tudo o que se relaciona com a Igreja, os santos, o Evangelho… Por exemplo, lembro-me que quando era pequeno passávamos diante das igrejas e queria entrar para saudar Jesus crucificado, para rezar no sacrário. Na primavera, quando saíamos para passear, colhia flores para levar a Nossa Senhora. Por isso, desde pequeno mostrou espontaneamente, por si mesmo, um forte interesse pessoal pela Igreja”.
Assinalou que costumava pronunciar “esta frase: ‘Não eu, mas Deus’. Parece uma banalidade, mas, com efeito, uma sociedade como a nossa tem a necessidade de redescobrir a importância de começar tudo a partir de Deus”.
A mãe de Carlo destacou que seu filho “estudava as Escrituras, o Catecismo da Igreja Católica, a vida dos santos… Portanto, estava muito preparado, tinha uma memória excepcional. Não estou dizendo que era teólogo, mas quase”.
Também destacou sua vocação catequética precoce: “Tinha claro o desejo de ensinar aos jovens, às crianças, desejo que amadureceu depois da crisma, que fez aos 11 anos”.
Graças ao seu estudo, pôde constatar as “contradições que, infelizmente, existem hoje na Igreja. Por exemplo, os jovens que vão ao catecismo, fazem a crisma e, depois, não voltam para a Missa”.
“Carlo nos indica o que é mais importante, que é colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida”, afirmou Antonia. “Certamente hoje, que temos uma sociedade baseada um pouco no efêmero, na exaltação do eu, onde se esquece a existência de Deus, a mensagem de Carlo é profética”.
Além disso, reforçou que “sua fé não estava separada de sua vida, como fazem muitas pessoas que separam sua vida diária de sua dimensão de fé. Carlo encarnava a sua vida de fé, a vivia diariamente, era notável”.
Carlo “ficava pasmo ao ver como podem haver filas quilométricas para ver um cantor de rock, um ator ou uma partida de futebol, e depois, diante do sacrário, não há essas multidões”.
Dizia que “se as pessoas percebessem a importância da Eucaristia, haveria tantas pessoas na igreja que seria impossível entrar. Por isso, era consciente do fato de não se compreendia a Eucaristia, não se compreendia o imenso dom que Jesus nos dá ao permanecer conosco, todos os dias, como prometeu, até o fim dos tempos no sacramento eucarístico”.
“Carlo dizia que sabemos que, para nós, cristãos, amar a Deus, amar ao próximo, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ou seja, o mandamento do amor, é o mandamento mais importante para alcançar a santidade, para se parecer mais e mais com Jesus. Carlo dizia que cada minuto que passa é um minuto a menos que temos para nos santificar, que a vida é um dom, um dom para nos santificarmos, para merecermos a santidade eterna”.
Antonia Salzano, recordando as reflexões do filho sobre a Eucaristia, concluiu que “certamente a Eucaristia, que Carlo chamava de rodovia para o céu, é o maior alimento que podemos ter para crescer nesta santidade. Da mesma forma que nos alimentamos porque nosso corpo precisa de nutrientes, nossa alma precisa de Deus porque foi criada por Deus”.
Fonte: acidigital