Secretário de Estado do Vaticano falou aos jornalistas à margem da apresentação do livro de padre Spadaro sobre o Vaticano e a política internacional.
“Estamos procurando usar toda a nossa criatividade” para reativar as negociações de paz na Ucrânia e “o primeiro passo deveria ser um cessar-fogo”. Isso foi reiterado pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, ao se dirigir aos jornalistas na sede da revista italiana Civiltà Cattolica. Na ocasião, o purpurado participou da apresentação do livro “O atlas de Francisco. Vaticano e política internacional”, de autoria do padre Antonio Spadaro. Também esteve presente a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
A Santa Sé, lembra o cardeal, “tem uma visão diferente dos Estados individuais”, porque tem “uma visão universalista” e uma abordagem diferente na busca da paz. Segundo Dom Parolin, Francisco deseja ir tanto a Moscou quanto a Kyiv, “porque acredita que um serviço à paz só pode ser feito se for capaz de encontrar os dois presidentes”, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Refletindo sobre os 10 anos do Pontificado de Francisco, comemorados nesta segunda-feira, 13, descritos como “muito intensos”, o purpurado observou que “eles deram à Igreja a possibilidade de ser ouvida no mundo”.
Acolhimento
Sobre a questão da imigração, que também foi objeto da reunião bilateral entre o secretário de Estado do Vaticano e a primeira-ministra italiana, o cardeal afirmou ser necessário “traduzir” as indicações do Pontífice para as políticas dos Estados. “Foi destacado”, frisou ele, “como as políticas muitas vezes são de contenção, de restrição”, enquanto “deveriam passar para uma política mais aberta, de acolhimento”.
Diálogo com a China
O secretário de Estado, respondendo a outra pergunta dos jornalistas, lembrou então a importância do acordo alcançado durante este pontificado entre a Santa Sé e a China. Dom Parolin indica a presença de “uma atitude de esperança” e de um diálogo que “ambos os lados querem continuar”. “Pedimos apenas que os católicos possam ser católicos com um vínculo com a Igreja universal”, resumiu ele.
Em seguida, comentando a visita planejada a Pequim no final de abril pelo bispo de Hong Kong, Dom Stephen Chow, a primeira em muitos anos, Parolin a descreveu como “a realização daquela dimensão típica da Igreja de Hong Kong que deveria ser uma Igreja ponte entre a China continental e a Igreja universal” e, portanto, “um gesto positivo”. Segundo o cardeal, além disso, uma viagem do Papa Francisco à Mongólia é “provável, embora uma decisão definitiva ainda não tenha sido tomada”.
Caminho sinodal na Alemanha
Finalmente sobre o voto dos bispos alemães, no final do processo sinodal, para aprovar as bênçãos aos casais homossexuais. A Santa Sé já se expressou claramente sobre o assunto, salientou Parolin, afirmando que “o diálogo continuará dentro do caminho sinodal da Igreja universal”. Uma Igreja local, concluiu ele, “não pode tomar tal decisão que envolva a disciplina da Igreja universal”.
Fonte: Canção Nova