O arcebispo de Santo Domingo, República Dominicana, dom Francisco Ozoria Acosta, escreveu uma carta em 2020 na qual falou da importância dos santuários e porque são lugares “da Presença Divina”.
Ozoria se baseou nas palavras do Papa Francisco na carta apostólica Santuarium in Ecclesia escrita em 2017 na forma de motu proprio.
Segundo Ozoria, o Papa Francisco diz que os santuários são “‘espaços sagrados’, ‘expressão autêntica da ação missionária’ e ‘chamados a desempenhar um papel na nova evangelização da sociedade de hoje e que a Igreja está chamada a valorizar pastoralmente’”.
1. O santuário é o lugar da Aliança
Um santuário, segundo dom Ozoria, nos mostra que “existe uma aliança de amor entre Deus e o seu povo”, porque ao visitá-lo “recorda-nos constantemente que a nossa origem está em Deus” e que nunca deixa de nos amar, porque nos amou primeiro.
Nos templos cristãos, disse ele, se vê a Cristo que é o “novo santuário” e, portanto, aqueles que o visitam “sabem que Deus está sempre vivo e presente” no Espírito “entre eles e para eles”. “Daí brota o convite a experimentar sempre de forma nova, para viver na fidelidade à aliança com Deus na Igreja”, acrescentou.
2. O santuário é o lugar da Palavra
Dom Ozoria recordou que o Concílio Vaticano II ensina que a Igreja é designada como “edificação de Deus”, e neste templo santo o Espírito atua através dos sinais da nova aliança, que o santuário conserva e oferece. Um desses sinais é a Palavra de Deus, por meio da qual o Espírito “chama à fé e suscita a comunhão dos fiéis”.
Como a Igreja é um “santuário vivo do Senhor”, é extremamente importante associá-la “à escuta perseverante e acolhedora da Palavra de Deus, que não é qualquer palavra humana, mas o próprio Deus vivo no sinal da sua Palavra”, onde confirma sua fidelidade ao seu povo.
“O santuário deve chegar a ser um lugar excelente para aprofundar a fé e um espaço privilegiado para a Nova Evangelização”, disse.
3. O santuário é o lugar do encontro sacramental
Os santuários são lugares nos quais o Espírito Santo fala aos fiéis “através da mensagem vinculada a cada um deles” e espaços privilegiados para as ações sacramentais, especialmente da reconciliação e da eucaristia.
Ozoria disse que os sacramentos celebrados no santuário não são ritos repetitivos, mas “eventos de salvação, encontros pessoais com o Deus vivo”.
Sobre a reconciliação, disse que “com frequência os peregrinos chegam dispostos a abrir-se ao Pai, rico em misericórdia e desse encontro de graça brota uma vida verdadeiramente nova”.
Sobre a eucaristia, recordou que “é o centro e o coração de toda a vida do santuário” e que “é o acontecimento da graça que contém todo o bem espiritual da Igreja”.
4. O santuário é lugar de comunhão eclesial
No santuário, a Igreja nasce novamente e o dom que o Espírito Santo deu é redescoberto “para integrar as diferenças humanas e articulá-las na comunhão eclesial”, disse dom Ozoria.
Segundo Ozoria, isso ocorre porque aqueles que visitam o santuário de “pedras mortas” são regenerados pela Palavra e pelos sacramentos e, assim, se transformam em santuários de “pedras vivas”. Por isso, é possível “fazer uma experiência renovada da comunhão de fé e santidade que é a Igreja”.
Esta experiência “ajuda os peregrinos a discernir e acolher o impulso do Espírito, que os leva de maneira especial a rezar e a agir” pela unidade de todos os cristãos, disse.
5. O santuário ajuda no crescimento da fé
Dom Ozoria disse que a construção de um santuário, assim como de templos e catedrais ou mesmo de outros monumentos ao longo da história, requer “recursos custosos”.
A este respeito, referiu-se à passagem bíblica em que Maria Madalena derrama um frasco de um perfume caríssimo nos pés de Jesus, e disse que “uma visão da fé e da cultura cristã nos permite ver o grande valor tangível e intangível” dos santuários no crescimento da “tradição de fé e vida cristã junto com as transformações sociais e culturais”.
Fonte: ACI Digital