Francisco enviou uma mensagem por ocasião dos 25 anos de Peregrinação Nacional dos Acólitos em Fátima, Portugal
O Papa Francisco enviou uma mensagem por ocasião dos 25 anos de Peregrinação Nacional dos Acólitos, reunidos no Santuário de Fátima, em Portugal. O texto foi lido no início da missa do último sábado, 1º.
Retomada
O local retomou a programação oficial com peregrinos em 15 de março, cumprindo com as regras sanitárias em vigor no país. É obrigatório o uso de máscara em todos os espaços do santuário, higienização das mãos e distanciamento social.
Redução
O número tradicional de cinco mil acólitos presentes precisou ser reduzido este ano para mil. Com o tema “Sê Santo, Sê Original” – expressão usada pelo Beato Carlo Acutis, o ponto alto da peregrinação deste ano foi a própria celebração eucarística com a participação do Papa através da mensagem.
O texto, escrito em português, foi dirigido a Dom José Manuel Garcia Cordeiro. O bispo é presidente da Comissão Episcopal Portuguesa de Liturgia e Espiritualidade.
Profissão de fé dos acólitos
Na saudação, o Pontífice recordou a importância dos acólitos na missa. “Os teus olhos não veem Jesus, mas o coração e os lábios adoram-No”, escreveu.
“Hás de comportar-te como convém no serviço das coisas santas. A tua atitude interior e exterior esteja de acordo com o que fazes, sobretudo quando te encontras junto do altar, quando fazes o sinal da cruz, quando te ajoelhas, quando estás sentado ou quando participas na oração e nos cânticos em comum”.
O serviço de acólito é uma profissão de fé para a comunidade, sublinhou Francisco. Para isso, o Pontífice exortou os acólitos a colocarem todo o entusiasmo da idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico.
“Oferece a Jesus as tuas mãos, os teus pensamentos e o teu tempo, e Ele não deixará de te recompensar”, destacou.
Ser santo e original
O Papa, então, trouxe o exemplo dos santos que encontraram na Eucaristia “o alimento para o caminho de perfeição, senão mesmo da vida corporal”.
O Santo Padre citou Santo Cura d’Ars e a Beata Alexandrina de Balazar, por 14 anos se alimentaram apenas da Comunhão. “Quantas vezes eles se comoveram até às lágrimas na experiência de tão grande mistério”, lembrou.
A primeira coisa que pede Jesus é ser santo; a segunda, afirmou o Pontífice, é ser original, como exorta o tema da peregrinação deste ano.
O próprio Beato Carlo Acutis já observava que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”.
Motivados pelos santos
Por isso, o Papa encorajou os acólitos a não copiar o modo de ser e de viver a santidade dos outros, através de um pensamento já compartilhado na sua Exortação Apostólica “Christus vivit”.
Os santos devem estimular e motivar, mas não para serem copiados: “Tens de descobrir quem és e desenvolver o teu modo pessoal de ser santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros”.
Ser santo é tornar-se plenamente você, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia, alertou o Pontífice.
“A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar. (nº 162)”
Acólitos, sigam a esperança de Deus!
Por fim, o Pontífice também exortou a invocar São José, Guardião da Sagrada Família e Padroeiro da Igreja Universal. Pedir para “servir sempre dignamente o milagre da descida de Jesus à terra que diariamente se realiza nos Altares”, exortou.
“Por favor, querido acólito, não te deixes cair na mediocridade, que rebaixa e nos torna cinzentos. A vida não é cinzenta, a vida deve apostar em grandes ideais. Não siga pessoas negativas, mas continua a irradiar à tua volta a luz e a esperança que vêm de Deus!”, lê-se na mensagem.
Por fim, Francisco afirmou que a esperança não desilude. “Com Deus, nada se perde, mas sem Ele tudo está perdido. Não tenhas medo, pois, de lançar-te nos braços do Pai do Céu, e confiar n’Ele, que providenciará fazer de ti o santo original que Ele quer”.
Fonte: Canção Nova