Por Talita Rodrigues
Não há como negar que o nosso “eu de hoje” é o resultado de todas as nossas escolhas até aqui. Logo, querer apagar a nossa história é querer remover também o que nos faz ser quem somos
Perdi as contas de quantas vezes ensaiei, diante do espelho ou debaixo do chuveiro, argumentos que poderiam me fazer vitoriosa em uma batalha. Acontece que a maioria desses diálogos foram ensaiados após eu sair derrotada de alguma luta. Temos, às vezes, essa mania tola de revisitar lugares que nos fazem mal para nos punir. Isso tudo porque algo dentro da gente nos faz pensar que somos responsáveis por aquilo que os outros nos fazem, mesmo quando é algo que, humanamente, jamais poderíamos prever.
Talvez você ensaie diálogos e se martirize por coisas que não estão sob o seu domínio. A forma como as pessoas agem em relação a nós não é algo que podemos controlar, mas a forma como nós decidimos nos acolher após uma decepção, sim.
O passado é imutável e por mais que queiramos não há nada que possamos fazer com aquilo que passou. Não temos uma máquina do tempo para corrigirmos erros ou modificar cenários, mas a vida nos concede a oportunidade de retirarmos dos infortúnioso aprendizado e o amadurecimento.
Não há como negar que o nosso “eu de hoje” é o resultado de todas as nossas escolhas até aqui. Logo, querer “apagar” a nossa história é querer “remover” também o que nos faz ser quem somos. Por isso, busque olhar para a vida com um olhar mais resiliente e tente depositar sua energia naquilo que dará fruto.
Aceitar que a vida é feita de bons e maus momentos permite com que retiremos dos nossos ombros pesos extremamente desnecessários. Talvez um diálogo em frente ao espelho poderá consolar o seu ego ferido e o seu coração, mas olhar para uma situação e perceber quais foram os seus erros e acertos, farão você seguir sem tropeçar. Você seguirá sendo medo!
Fonte: Aleteia