Este ano, por causa da pandemia de coronavírus, o Círio de Nazaré não contará com suas procissões multitudinárias pelas ruas de Belém, mas a tradição da Corda do Círio será mantida e chegará a cada Paróquia da Arquidiocese de Belém.
A corda, atrelada à berlinda, é uma das tradições do Círio de Nazaré e, na procissão do segundo domingo de outubro, que reúne milhões de devotos da Rainha da Amazônia, os quais buscam aproximar-se para carregar a corda.
Como neste ano a programação do Círio não contará com as procissões, mas apenas com eventos transmitidos ao vivo, será adotado outro um meio de manter essa tradição.
Conforme informou a Arquidiocese de Belém em seu site, “para que ninguém se sinta deixado de lado e que todos possam se sentir acolhidos por Nossa Senhora de Nazaré, um dos principais símbolos do Círio, a corda, que é carregada por milhares de fiéis nas procissões da Trasladação e o domingo do Círio, este ano não será dividida por estações, mas sim em partes iguais e distribuídas para as 95 paróquias da Arquidiocese, formando um grande rosário de orações e corações”.
Dessa forma, indicou, “o Círio de Nossa Senhora de Nazaré chegará aos bairros dos municípios atendidos pela Igreja de Belém, aproximando a todos da devoção mariana”.
Na sexta-feira, 9 de outubro, haverá a Missa de abertura oficial do Círio, na Basílica Santuário, presidida pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira. Nesta ocasião, além da apresentação do manto de Nossa Senhora, haverá a bênção da corda. As paróquias da Arquidiocese estarão representadas pelos Vigários das oito Regiões Episcopais.
No dia seguinte, cada paróquia receberá uma parte da corda, para que, no domingo do Círio, suas celebrações sejam com entrada solene da imagem de Nossa Senhora de Nazaré (da própria paróquia), envolta com a corda do Círio.
“Um simbolismo de unidade de todas as igrejas da Arquidiocese, uma representação de um grande rosário de orações e corações”, declarou Dom Alberto Taveira.
Segundo a Arquidiocese, neste mesmo dia, os fiéis podem pedir aos padres a dispensa das promessas.
A Corda do Círio de Nazaré
A corda é um dos símbolos do Círio de Nazaré e passou a fazer parte das procissões em 1885, quando, segundo relata o site oficial do Círio, uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão.
Como a berlinda com a imagem da Virgem de Nazaré ficou atolada e os cavalos não conseguiram retirá-la de lá, um comerciante local emprestou uma corda para que pudesse puxá-la, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. A partir de então, a corda foi introduzida no Círio de Nazaré e é utilizada na Trasladação e no Círio.
A corda é confeccionada em cisal torcido, possui 400 metros de comprimento (para cada uma das romarias) e duas polegadas de diâmetro. Até 2003, o formato da corda era de “U” com as duas extremidades atreladas à berlinda. A partir de 2004, por motivos de segurança, ganhou formato linear dividida em cinco estações confeccionadas em duralumínio que ajudam a dar tração à corda e ritmo às romarias.
Círio com transmissões ao vivo
O Círio de Nazaré é uma das maiores manifestações católicas do mundo. Tradicionalmente, suas romarias costumam reunir milhões de devotos de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas de Belém, sendo que a grande procissão que acontece no segundo domingo de outubro conta com um público de cerca de 2 milhões de fiéis.
Este ano, porém, devido à pandemia de Covid-19, o Círio não contará com suas grandes procissões e terá uma programação adaptada e transmitida pelos meios de comunicação: TV Nazaré, Rádio Nazaré, Facebook da Fundação Nazaré e da Arquidiocese de Belém, bem como TV Círio.
Fonte: acidigital