A Igreja em Roma não interrompe seu trabalho pastoral de caridade com os mais necessitados durante a pandemia de coronavírus COVID-19; portanto, a Cáritas Roma continua oferecendo refeições para as pessoas em situação de rua em quatro refeitórios.
Esta decisão está em sintonia com os numerosos apelos do Papa Francisco para não abandonar os mais pobres, os idosos, os doentes e os sem-teto.
No dia 31 de março, no início da Missa na capela da Casa Santa Marta, o Santo Padre pediu para rezar “pelos sem-teto, neste momento em que nos é pedido para estar dentro de casa”, para que “a sociedade de homens e mulheres se dê conta desta realidade e os ajude”, bem como para que “a Igreja os acolha”.
Nesta linha, o diretor da Cáritas Roma, Pe. Benoni Ambarus, disse em entrevista à ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI –, que “agradecem a Deus pela disponibilidade dos voluntários” neste momento, pois os sem-teto estão passando fome.
Em concreto, Pe. Ben explicou à ACI Prensa que a Cáritas da Diocese de Roma atualmente serve entre 3.500 e 4 mil refeições por dia nos quatro refeitórios abertos na capital: o refeitório “João Paulo II”, localizado perto do Coliseu, no Colle Oppio, onde servem almoço e jantar para as pessoas; o refeitório “Don Luigi di Liegro”, perto da estação ferroviária Termini, onde 90 adultos moram, comem e jantam; a “Cidadela da Caridade – Santa Jacinta”, na Via Casilina; e o centro “Gabriele Castiglioni” em Ostia.
Dessa forma, o diretor da Cáritas Roma descreveu para a ACI Prensa diferentes iniciativas que estão promovendo em algumas paróquias, por exemplo, a possibilidade de comprar alimentos diretamente no supermercado para os sem-teto. No final do dia, o pároco ou um voluntário recolhe esses alimentos e os distribui aos necessitados.
Além disso, Pe. Benoni Ambarus encorajou “a não se trancarem todos dentro de casa, mas cuidar das pessoas que moram perto de nós, porque há pessoas sozinhas, doentes, que ligam para pedir se podemos levar comidas ou remédios”, por isso afirmou que “quanto mais se desperta a cidadania, é melhor”.
Nesse sentido, Pe. Ben recomendou àqueles que querem ajudar que, em primeiro lugar, é necessário “olhar ao nosso redor” para “identificar as necessidades territoriais, as pessoas que moram perto, caso contrário, se não contarmos com essas ‘antenas territoriais’, corremos o risco de abandonar as pessoas que estão sozinhas”.
“Sugiro a todos: para não perder de vista a ‘porta ao lado’, perguntar aos moradores do prédio, da própria rua, se há pessoas que precisam de ajuda e ‘arregaçar as mangas’. Quando for fazer as compras, não custa nada perguntar ao vizinho – que está sozinho, doente ou idoso – se precisa que façamos para ele a compra do supermercado. Estas são as coisas mais belas que devem ser absolutamente fortalecidas”, assinalou.
Por fim, o diretor da Cáritas Roma agradeceu a generosa resposta recebida por indivíduos e algumas redes de supermercados com a campanha “Eu gostaria, mas não posso” (em italiano: “Vorrei, ma non posso”).
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Fonte: acidigital