Orar uns pelos outros faz parte do dogma de fé conhecido como Comunhão dos Santos, quanto mais rezar pelo Papa, a pessoa escolhida para governar a Igreja.
Nesta quinta-feira, 29, celebra-se a Solenidade de São Pedro e São Paulo, e, de forma especial, o dia do Papa. Trata-se de uma referência a São Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica. Uma data em que a Igreja homenageia seu principal líder, que tem como missão manter a unidade e confirmar os irmãos na fé.
“O Papa é um fator de unidade da Igreja. A Igreja toda está submissa ao Papa. Em segundo lugar, ele é aquele que mantém a pureza da fé. Jesus falou para Pedro: ‘confirma os teus irmãos’ (cf. Lc 22,32). E em terceiro, o Papa é quem governa a Igreja. Ele tem autorização para nomear bispos. Ninguém tem autoridade acima do Papa”, explica o professor de história da Igreja, Felipe Aquino.
O atual Pontífice, Francisco, é o 266º Papa escolhido para governar a Igreja Católica. Desde o início do seu Pontificado, em 2013, ele expressa um pedido: “rezem por mim”.
Muito mais que um pedido, segundo professor Felipe Aquino, rezar pelo Sumo Pontífice é um dever de cada católico. Ele destaca que é fundamental rezar pelo Papa, porque ele tem uma missão muito difícil. Ele tem duas funções exigentes: ser chefe do Estado do Vaticano (função de presidente, em uma linguagem simples) e, ao mesmo tempo, ser chefe da Igreja, da Santa Sé.
“Então, evidentemente, o Papa tem muitos problemas. Ele tem representantes dele no mundo inteiro, os núncios apostólicos, e, ao mesmo tempo, ele tem que receber as autoridades das outras nações, para propiciar a oportunidade da evangelização nessas nações”, explica.
Comunhão dos santos
Para rezar pelo Papa não há uma oração específica. Houve santos que escreveram orações por esta causa, não há uma oração oficial da Igreja. Então, ela pode ser feita de forma espontânea, esclarece Professor Felipe. Ele lembra que, em cada Missa, reza-se pelo Papa e pelos bispos. Na Canção Nova, depois de cada dezena do Terço, há o costume de rezar pedindo a Deus que abençoe o Papa.
Essa realidade de interceder, rezar uns pelos outros, faz parte da chamada “comunhão dos santos”, um dogma de fé da Igreja Católica. Professor Felipe explica que existem três dimensões: a Igreja triunfante (no céu), a Igreja padecente (no purgatório) e a Igreja militante (na terra).
“Há um intercâmbio de graças entre essas três realidades. A Igreja do céu e da terra reza pela do purgatório, por exemplo. E na Igreja militante, nós que estamos aqui na terra, rezamos uns pelos outros, porque é o corpo de Cristo. E a seiva deste corpo é o Espírito Santo que perpassa todos os membros desse corpo. Então, o bem que cada um de nós faz afeta toda a Igreja. E o mal que cada um faz afeta toda a Igreja. Essa é a grande realidade da comunhão dos santos, que é um dogma de fé. Por isso precisamos rezar uns pelos outros, oferecer sacrifícios, esmolas. E pelas almas do purgatório indulgências, Missas etc”.
Rezar pelas intenções do Pontífice
Além de rezar pelo Papa, os fiéis são chamados a rezar pelas intenções do Santo Padre. Uma das ocasiões muito conhecidas é na oração para lucrar indulgências.
Especificamente, para esta missão de rezar pelas intenções do Papa e pelos desafios da Igreja existe a Rede Mundial de Oração do Papa, formada pelo Apostolado da Oração e Movimento Eucarístico Jovem (MEJ).
“A oração da Rede Mundial de Oração do Papa, além de ajudar a missão da Igreja, os desafios da humanidade, como o Papa sugere na intenção de oração, é um apoio para a missão do Papa na Igreja. Desde que o apostolado nasceu, há 179 anos, nasce para oferecer a vida pela missão e, quando é aprovado pelo Papa, ele diz que o apostolado é o grupo de oração do Papa”, afirma o Diretor Nacional do Apostolado da Oração, padre Eliomar Ribeiro.
O responsável da rede de oração aqui no Brasil destaca que, com o vídeo do Papa, que divulga a intenção de oração a cada mês, foi ampliado esse convite para que as pessoas se unam àquele desafio.
“A importância dessas iniciativas é justamente fazer com que grupos e pessoas mais ligadas com aquele desafio [apresentado no vídeo do Papa] – como no deste mês que fala sobre a abolição da tortura no mundo -, que os grupos que trabalham com este desafio, também possam entrar nessa dinâmica de rezar pelo Papa”.
Solenidade
No dia 29 de junho é celebrada a Solenidade de São Pedro e São Paulo, dois grandes apóstolos, considerados “colunas da Igreja”.
Segundo a tradição, o apóstolo Pedro teria morrido mártir no dia 29 de junho de 67 d.C, no Circo de Nero, na Colina Vaticana. No mesmo dia em que também foi morto o apóstolo Paulo, na Via Ostiense. Sobre suas sepulturas surgiram, em Roma, a Basílica de São Pedro e a Basílica de São Paulo extramuros.
Aqui no Brasil, por permissão da Santa Sé, as solenidades celebradas durante a semana são transferidas para o domingo seguinte. Neste caso, a Solenidade de São Pedro e São Paulo será celebrada neste domingo, 2 de julho.
Fonte: Canção Nova