Na Catequese desta quarta-feira, 14, Francisco afirmou que a oração precisa fazer parte das mudanças na Igreja
A Catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 14, teve como tema: “A Igreja mestra de oração”. A Audiência Geral continua sendo realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.
No início de sua reflexão, o Pontífice afirmou que a Igreja é uma grande escola de oração. O Santo Padre recordou que muitos católicos aprenderam a rezar enquanto estavam no colo dos pais ou dos avós.
“Talvez conservemos a memória da mãe e do pai que nos ensinavam a recitar as orações antes de dormir”, observou.
Segundo Francisco, enquanto ensinam os filhos a rezar, os pais ouvem algumas confidências íntimas. Deste modo, muitos podem dar os seus conselhos inspirados pelo Evangelho.
Testemunhas e mestres de oração
O Papa sublinhou que no caminho do crescimento, há outros encontros, com outras “testemunhas e mestres de oração”.
A vida de uma paróquia e de cada comunidade cristã é cadenciada pelos tempos da liturgia e da oração comunitária.
Esse dom, recebido na infância com simplicidade, é compreendido como um patrimônio grande e muito rico.
Crise faz crescer
De acordo com o Pontífice, em comunidade aprendemos que a “experiência da oração merece ser aprofundada cada vez mais”, frisou o Santo Padre.
“O hábito da fé não é engomado; desenvolve-se conosco, até através dos momentos de crise e ressurreição. Aliás, não é possível crescer sem os momentos de crise. A crise faz crescer. Entrar em crise é uma maneira necessária para crescer”, revelou.
Sopro da fé é a oração
Francisco afirmou que o sopro da fé é a oração. “Crescemos na fé tanto quanto aprendemos a rezar”.
“Depois de certas passagens da vida, compreendemos que sem fé não poderíamos ter bom êxito e que a oração foi a nossa força. Não só a oração pessoal, mas também a dos irmãos e irmãs, e da comunidade que nos acompanhou e apoiou”.
Tudo na Igreja nasce na oração
O Papa comentou que na Igreja florescem continuamente comunidades e grupos dedicados à oração. Alguns cristãos sentem até o chamado de fazer da oração a ação principal dos seus dias.
Na Igreja, o Pontífice lembrou que existem mosteiros, conventos e eremitérios onde vivem pessoas consagradas a Deus e que muitas vezes se tornam centros de irradiação espiritual, comunidades de oração que irradiam espiritualidade.
Estes grupos e locais são, segundo Francisco, pequenos oásis em que se partilha uma oração intensa e se constrói a comunhão fraterna dia após dia.
“Trata-se de células vitais, não apenas para o tecido da Igreja, mas para a própria sociedade”, destacou.
Decisões com oração
Tudo na Igreja nasce na oração, repetiu o Santo Padre, e tudo cresce graças à oração. O Papa relatou que quando o Inimigo, o Maligno, quer combater contra a Igreja, o faz primeiro procurando secar as suas fontes, impedindo-as de rezar.
“Por exemplo, vemos isso em certos grupos que concordam em realizar reformas eclesiais, mudanças na vida da Igreja, organização, e os meios de comunicação que informam. Mas a oração não se vê, não se reza”, alertou.
Francisco pediu mudanças. “Temos que tomar decisões um pouco fortes. (…) Onde está a oração? A oração abre a porta ao Espírito Santo que inspira a ir adiante. As mudanças na Igreja sem oração não são mudanças na Igreja. São mudanças de grupo”.
O Pontífice recordou as mulheres e os homens santos. Eles, disse o Papa, não têm uma vida mais fácil do que os outros. Eles, que muitas vezes contam pouco aos olhos do mundo, na realidade são aqueles que o sustentam. “Não com as armas do dinheiro e do poder, mas com as armas da oração”, frisou.
Lâmpada da fé acesa enquanto houver o óleo da oração
No Evangelho de Lucas, Jesus apresenta uma pergunta dramática que faz refletir: “’Quando vier o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?’ ou encontrará apenas organizações, como um grupo de empresários da fé, todos bem organizados, que fazem beneficência, muitas coisas ou encontrará fé?”.
É possível concluir, segundo o Santo Padre, que a lâmpada da fé estará sempre acesa na terra, enquanto houver o óleo da oração.
A oração é o que leva adiante a fé e leva adiante a vida pobre, frágil e pecadora. A oração a leva adiante.
O Papa afirma que uma pergunta os cristãos, devem se fazer é: “Eu rezo? Rezamos? Como rezo? Como papagaio ou rezo com o coração? Rezo com a certeza de que estou na Igreja ou rezo um pouco de acordo com minhas ideias e faço com que minhas ideias se tornem oração?”.
Esta última é uma oração pagã, não cristã, considerou Francisco. O Pontífice repetiu que a lâmpada da fé estará sempre acesa na terra enquanto houver o óleo da oração.
Tarefa essencial da Igreja
O Santo Padre afirmou que a tarefa essencial da Igreja é rezar e educar para rezar. “Transmitir de geração em geração a lâmpada da fé com o óleo da oração. A lâmpada da fé que ilumina, arruma realmente as coisas como são, mas só pode ir adiante com o óleo da fé”.
Sem a luz desta lâmpada, Francisco afirmou que não é possível ver o caminho para evangelizar. Sem ela, não é possível ver os rostos dos irmãos dos quais devemos aproximar e servir.
Sem a luz desta lâmpada, prosseguiu o Papa, não é possível iluminar a sala onde nos encontramos em comunidade. Sem fé, tudo se desmorona; e sem a oração, a fé se extingue.
“Por isso a Igreja, que é casa e escola de comunhão, é casa e escola de oração”, concluiu.
Fonte: Canção Nova