País etíope utiliza o calendário eritreu, o que faz com que ele esteja entre 7 e 8 anos “atrasado” em relação aos países adeptos ao calendário gregoriano.
A Etiópia celebra nesta terça-feira, 12, o seu Ano Novo. O calendário utilizado no país, conhecido como “etíope” ou “eritreu”, soma 13 meses, destes, 12 com 30 dias de duração e o 13º mês com cinco ou seis dias, dependendo se o ano é bissexto ou não (que foi o caso deste último).
O calendário etíope é feito a partir do nascimento de Jesus Cristo, mas não conta com a modificação feita pela Igreja no século VI, pelo Papa Gregório XIII. A partir deste fato é possível perceber que a contagem do tempo feita no calendário eritreu faz com que a Etiópia esteja entre 7 e 8 anos “atrasada” em relação a maioria dos países que utilizam o calendário gregoriano. Sendo assim, os etíopes celebram hoje o início de 2016.
Diante da data, o Papa Francisco deixou uma pequena mensagem ao “querido povo etíope” em sua conta oficial no twitter. “Gostaria de dirigir os meus mais calorosos votos a toda a população, desejando que seja abençoada com os dons da reconciliação fraterna e da paz”, escreveu.
Conflitos
Desde 2020, a Etiópia enfrenta uma escalada de violência, com um histórico de crises políticas e humanitárias agravadas por conflito entre as tropas do governo e as forças regionais leais à Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF).
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou em 2021 um relatório detalhado sobre a situação. O documento expunha relatos de violações dos direitos humanos internacionais, do direito humanitário e dos refugiados por todas as partes envolvidas, algumas das quais representaram crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Nos últimos anos o Papa Francisco fez diversos apelos pedindo o fim dos conflitos no país etíope. Em novembro de 2020, o Santo Padre rezou pela Etiópia no Angelus do dia 9. Em 2021, o país foi citado pelo Pontífice em junho, setembro e novembro.
Em junho, Francisco afirmou: “estou particularmente próximo da população da região do Tigray, na Etiópia, atingida por uma grave crise humanitária que expõe os mais pobres à carestia. Hoje há a carestia, há fome ali. Rezemos juntos pelo fim imediato das violências”.
“Dirijo ao povo etíope a minha cordial e afetuosa saudação, de modo particular a quantos sofrem por causa do conflito em ação e da grave situação humanitária por ele causada. Seja este um tempo de fraternidade e de solidariedade para ouvir o comum desejo de paz”, foi o que desejou o Papa em setembro.
Já no Angelus de 7 de novembro, o Santo Padre convidou todos a rezarem “por aquelas populações tão duramente provadas” e renovou o seu apelo “para que prevaleçam a concórdia fraterna e o caminho pacífico do diálogo”.
Em fevereiro deste ano o país voltou a ter destaque negativo entre os veículos de comunicação internacionais por conta da seca que atingiu severamente as quatros regiões do país. O fator alimentou a violência doméstica e o crescimento no número de casamentos forçados, como os casamentos infantis – ilegais no país.
Fonte: Canção Nova