Encontro acontecerá cinco anos após compromisso histórico entre as duas autoridades religiosas em Havana, Cuba
Um evento on-line acontece nesta sexta-feira, 12, em recordação dos cinco anos do encontro histórico do Papa Francisco com o Patriarca Kirill, em 12 de fevereiro de 2016.
Em 2016, Francisco estava viajando para o México na sua 12ª Viagem Apostólica Internacional. O Santo Padre fez escala em Havana, Cuba, para um compromisso com Kirill. O encontro aconteceu no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana.
Na ocasião, as autoridades religiosas assinaram uma Declaração Conjunta. Nela, católicos e ortodoxos se comprometem a responder juntos aos desafios do mundo.
Organização e participações do encontro on-line
O evento desta semana foi organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Também o Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou contribuiu para a organização da conferência.
“Igreja e Pandemia: desafios e perspectivas”. Este será o tema do encontro previsto para acontecer às 10h, horário de Roma. A vídeo-conferência incluirá dois discursos de introdução. O primeiro será do Cardeal Kurt Koch e o segundo do Metropolitano Hilarion de Volokolamsk. Ambos são presidentes respectivamente dos dois órgãos promotores do evento.
O bispo Panteleimon, presidente do Departamento Sinodal do Patriarcado de Moscou de Beneficência Eclesiástica e Serviço Caritativo, teve a participação garantida. Também Dom Salvatore Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, discursará no evento.
Encontro histórico em 2016
A reunião de 2016, ao longo dos anos, foi comemorada em muitos lugares, sempre em colaboração entre o Vaticano e Moscou. Em 2017, as celebrações foram realizadas em Friburgo, Suíça. Em 2018 em Viena, Áustria, com foco na situação dos cristãos no Oriente Médio.
Em 2019, o encontro foi lembrado em Moscou, Rússia, e foi discutida a questão do fim de vida. Enquanto em 2020, o evento foi realizado em Roma, na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino. O tema foi “Os Santos – Sinais e Sementes da Unidade”.
Pontos importantes da Declaração Conjunta de 2016
Entre os pontos do documento destaca-se o apelo ao fim da perseguição aos cristãos e das guerras na Síria, Iraque e Ucrânia. A exortação ao diálogo inter-religioso, definido como “indispensável nesta época perturbadora” também foi frisado. A preocupação pela liberdade religiosa, cada vez mais ameaçada foi ressaltado. A convicção “de que a Europa deve permanecer fiel a suas raízes cristãs” foi sublinhada.
Foi muito sentido o convite para não ficar indiferente “ao destino de milhões de migrantes e refugiados que batem à porta dos países ricos”. O pesar pela crise da família e ameaças à proteção da vida, representada pelo aborto e a eutanásia marcam também o documento.
Houve o pedido pela exclusão do proselitismo e uniatismo. A Declaração conclui: “Não somos concorrentes, mas irmãos. Exortamos os católicos e os ortodoxos de todos os países a aprenderem a viver juntos na paz e no amor”.
Fonte: Canção Nova