“O pe. Jorge abriu totalmente as portas da Paróquia Santa Rita de Cássia para o trabalho. Sem o apoio dele, jamais conseguiríamos”, conta Rita
Todo sábado ao longo dos últimos cinco anos, Rita Lúcia Mennella Nogueira e o esposo Paulo Sérgio colaboravam numa ação solidária que distribuía refeições a pessoas sem teto, junto à Casa da Prece, na Vila Mariana. A iniciativa foi interrompida em março por causa da pandemia de covid-19.
Em depoimento ao jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, Rita declara:
“Eu não me conformei. Disse ao meu marido: ‘Agora que eles mais vão precisar de nós, vamos nos trancar dentro de casa, fechar nossas portas, ficar protegidos, enquanto eles ficarão perambulando pelas ruas sem receber alimento? É justo o que vamos fazer?’”
A voluntária acionou amigas para continuar fazendo as marmitas aos sábados, mas o local disponível não permitiria produzir mais do que 30 unidades. Rita conversou então com seu pároco, pe. Jorge Bernardes, da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Mirandópolis, na Região Episcopal Ipiranga, e, de imediato, ele ofereceu o espaço necessário. Rita enfatiza:
“O pe. Jorge Bernardes abriu totalmente as portas da Paróquia Santa Rita de Cássia para que o trabalho começasse. Sem o apoio dele, jamais conseguiríamos”.
A paroquiana organizou um grupo de voluntários para a primeira distribuição, já em 28 de março, em que foram distribuídas 105 marmitas de macarronada. A divulgação nas redes sociais e nas missas da paróquia levou mais pessoas a colaborarem com mantimentos e donativos, o que tem mantido uma média superior a 300 marmitas doadas a cada sábado. O recorde foram 380. Desde o início da ação, mais de 7 mil marmitas foram distribuídas pelo grupo perto do Pateo do Collegio, na região central da capital paulista.
Rita comenta:
“100% dos itens são obtidos com doações, em especial dos paroquianos, seja de mantimentos, seja de dinheiro para comprá-los. Na semana passada, por exemplo, nós conseguimos doação em dinheiro para todos os legumes. Não temos um nome oficial para o grupo. Nem pensamos nisso, na verdade. O pe. Jorge até nos chama de ‘os anônimos’, porque diz que sempre estamos com máscara, jamais aparecemos sem ela ou sem touca, mesmo quando vamos tirar fotos”.
Os voluntários começam a preparação das marmitas na sexta-feira à tarde e continuam no sábado de manhã, a partir das 7h, finalizando antes das 10h para que a distribuição aconteça perto do meio-dia.
“Levamos tudo no isopor, tudo quentinho para eles. É uma marmitex bem nutritiva, com arroz, feijão, uma proteína, legumes e farofa. Também levamos uma fruta, um doce e água”.
O grupo também entrega cobertores, roupas e calçados a quem necessita.
A partir de matéria de O São Paulo
Fonte: Aleteia