O Papa enriquece a recente obra do cardeal Raniero Cantalamessa, o pregador da Casa Pontifícia, escrevendo o prefácio do livro “Francisco, o mensageiro de Deus”, disponível em língua italiana nas principais livrarias da Itália. O volume faz uma meditação – em diálogo com os jovens – através da história de Frei Pacífico, teólogo e artista, um dos primeiros companheiros do Pobrezinho de Assis.
O Papa escreve o prefácio do livro “Francisco, o mensageiro de Deus” (tradução livre de “Francesco il giullare di Dio”), das Edições Franciscanas Italianas, escrito pelo cardeal Raniero Cantalamessa. A obra, disponível em língua italiana, conta a história de Frei Pacífico (Guglielmo da Lisciano), teólogo e artista, um contador de histórias, um dos primeiros companheiros do Pobrezinho de Assis, um homem que havia compreendido que para conquistar o céu era necessário renunciar às honras desta terra.
A carta de introdução do Papa Francisco
O Pontífice enriquece e introduz o livro com uma carta dirigida a um jovem à procura, assim como era o Fr. Pacífico: um “rei dos versos”, que “amava a vida e, como todo jovem, desejava vivê-la em plenitude. Era um dos cantores mais famosos do seu tempo e, no seu impetuoso desejo de plenitude, procurava sem saber Aquele que sozinho pode preencher o coração do homem. Procurou e foi encontrado. Isso nos mostra uma verdade ainda mais profunda: o Senhor deseja que você O busque para que Ele possa encontrá-lo”.
Essa busca, afirma o Papa, pode ser carregada por dúvidas e questionamentos, mas que, se observados junto às palavras de Jesus, “me parece iluminá-los em toda a sua profundidade” porque Deus se deixa encontrar; no entanto, “somente pelo homem que o procura com todo o seu coração”. O Pontífice, então, recomenda a todo jovem que “abra os Evangelhos, leia sobre os encontros de Jesus com as pessoas que iam até ele” para ver como, para alguns deles, as promessas foram cumpridas.
“Quem procura encontra se busca com todo o coração, se para ele o Senhor se torna tão vital como a água para o deserto, como a terra para uma semente, como o sol para uma flor. E isso, se você pensar bem, é muito bonito e muito respeitoso com a nossa liberdade: a fé não acontece de forma automática, como um dom indiferente da sua participação, mas pede que você se envolva em primeira pessoa e com coração. É um dom que quer ser desejado. É, em essência, o Amor que quer ser amado.”
Como encontrar o Senhor?
Francisco, assim, dá a direção para procurar e encontrar o Senhor com um forte desejo para isso: “reze, peça, invoque, grite, e Ele, como prometeu, será encontrado”, como fez o Frei Pacífico. Um dia, o rei dos versos encontrou o pobrezinho de Assis e uma nova centelha foi acesa dentro dele, talvez como aconteceu com São Paulo a caminho de Damasco quando a luz de Deus brilhou no coração. O que Fr. Pacífico havia sempre procurado, finalmente encontrava, e “graças a um homem santo”, como Francisco:
“Naquele dia nasceu um novo homem, não mais Guglielmo da Lisciano, o rei dos versos, mas Fr. Pacífico, um homem habitado por uma nova paz antes desconhecida. Desde aquele dia ele se tornou todo de Deus, consagrado inteiramente a ele, um dos companheiros mais próximos de São Francisco, testemunha da beleza da fé.”
O Papa finaliza o prefácio agradecendo a Raniero Cantalamessa pelo novo presente oferecido à Igreja e orientando os jovens do nosso tempo para ter “coragem de deixar as seguranças e se abrir para Ele”.
“Deus não deixou de chamar, de fato, talvez hoje mais do que ontem faz ouvir a sua voz. Se você só baixar outros volumes e aumentar o aquele dos seus maiores desejos, ouvirá a voz clara e nítida dentro de você e ao seu redor. O Senhor não se cansa de vir ao nosso encontro, de nos procurar como o pastor procura a ovelha perdida, como a dona da casa procura a moeda desaparecida, como o Pai procura os seus filhos. Ele continua a chamar e espera com paciência de nós a mesma resposta de Maria.”
Apresentação do livro
O livro do cardeal Cantalamessa será apresentado nesta sexta-feira (9) em evento on-line de arte e espiritualidade promovido pelas Edições “Frate Indovino”. A ocasião, marcada para às 18h na Itália (13h no horário de Brasília) e transmitida pelo perfil da editora no Facebook, vai contar com a participação de artistas e escritores e com o próprio autor da obra, o pregador do Papa.
Fonte: Vatican News