O Santo Padre fez a sua reflexão sobre o Evangelho do dia no primeiro domingo do Advento, na qual encorajou todos a “sacudirem” a letargia e estar atentos e vigilantes.
No discurso que precedeu a oração do Angelus mariano neste domingo, 27, na Praça de São Pedro, o Papa afirmou: “Seu Senhor virá.”
Segundo Francisco, este é o fundamento da esperança cristã, contida no Evangelho que a Liturgia nos dá no primeiro domingo do Advento, o Evangelho segundo São Mateus: Mt 24, 37-44: “É uma bela promessa que nos introduz no Tempo do Advento. É o que nos sustenta também nos momentos mais difíceis e dolorosos da nossa vida: Deus vem. Nunca o esqueçamos!”, insistiu o Santo Padre.
“O Senhor vem sempre, visita-nos, faz-se próximo e voltará no fim dos tempos para nos acolher no seu abraço.
Como o Senhor virá?
Em seguida, o Papa fez as seguintes perguntas: “Como vem o Senhor? Como reconhecê-lo e acolhê-lo?”
Para a primeira pergunta Francisco respondeu que muitas vezes ouvimos dizer que o Senhor está presente no nosso caminho, que nos acompanha e nos fala.
“Mas talvez, distraídos como estamos por tantas coisas, esta verdade permanece para nós apenas teórica, ou imaginamos que o Senhor vem de maneira sensacional, talvez por meio de algum sinal prodigioso.”
O Papa alertou que Jesus diz que acontecerá “como nos dias de Noé”, lembrou: “E o que faziam nos dias de Noé? Simplesmente as coisas normais e cotidianas da vida: Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”.
O Pontífice convidou os presentes a levar em consideração que Deus está escondido em nossa vida, está sempre presente, está escondido nas situações mais comuns e ordinárias de nossa vida, que não vem em eventos extraordinários, mas nas coisas do dia-a-dia.
“O Senhor vem nas coisas do dia-a-dia, porque Ele está ali, se manifesta nas coisas de todos os dias. Ele está ali, no nosso trabalho cotidiano, num encontro casual, no rosto de uma pessoa necessitada, mesmo quando enfrentamos dias que parecem cinzentos e monótonos, o Senhor está ali, nos chama, nos fala e inspira as nossas ações.”
O perigo de estar despreparado para a vinda de Jesus
Ao responder a segunda pergunta “Como reconhecer e acolher o Senhor?”, o Pontífice disse que devemos estar acordados, atentos, vigilantes.
“Jesus nos adverte: existe o perigo de não percebermos a sua vinda e estar despreparados para a sua visita.”
Francisco disse que recordou outras vezes o que Santo Agostinho dizia: “Temo o Senhor que passa”, ou seja, “temo que Ele passe e eu não o reconheça! De fato, sobre aquelas pessoas do tempo de Noé, Jesus diz que elas comiam e bebiam «e nada perceberam, até que veio o dilúvio, e arrastou a todos”.
E o Pontífice orientou: “Prestemos atenção nisso: não perceberam nada! Estavam ocupadas com suas coisas e não perceberam que o dilúvio estava para vir.” De fato, Jesus diz que, quando Ele vier, “dois homens estarão trabalhando no campo, um será levado e o outro deixado”, recordou Francisco e perguntou:
“Qual é a diferença? Em que sentido? Simplesmente que um estava vigilante, esperava, capaz de perceber a presença de Deus na vida cotidiana; o outro, por outro lado, estava distraído, ‘sem compromisso’, como se fosse nada, e não percebeu nada.”
O Santo Padre ressaltou que neste Tempo do Advento é preciso se deixar chacoalhar pelo torpor e despertar do sono, e convidou a todos a fazerem as seguintes perguntas: “Estou consciente do que vivo? Estou atento? Estou acordado? Procuro reconhecer a presença de Deus nas situações cotidianas ou estou distraído e um pouco esmagado pelas coisas?”
Francisco alerta que se não percebermos sua vinda hoje, também estaremos despreparados quando ele vier no fim dos tempos. “Irmãos e irmãs, permaneçamos vigilantes! Esperando que o Senhor venha, se aproxime de nós, porque Ele está aqui, espera. Prestemos atenção!”
Por fim, o Papa concluiu com uma oração pedindo a intercessão da Virgem Maria:
“Que a Virgem Santa, Mulher da expectativa, que percebeu a passagem de Deus na vida humilde e escondida de Nazaré e o acolheu em seu ventre, nos ajude neste caminho de estar atentos à espera do Senhor que está no meio de nós e passa”, concluiu Francisco.
Fonte: Canção Nova