A duas semanas da visita do Papa Francisco ao Iraque, o Governo anunciou novas restrições devido ao aumento de casos de Covid-19, entre estas a quarentena rigorosa nos fins de semana e o fechamento dos lugares de culto até novo aviso.
Em um comunicado divulgado no domingo, 14 de fevereiro, o Comitê Superior de Saúde e Segurança Nacional decretou “toque de recolher total às sextas, sábados e domingos de cada semana a partir de 18 de fevereiro de 2021” e “toque de recolher parcial entre 20h e 5h segundas, terças, quartas e quintas até 3 de agosto de 2021”.
Além disso, ordenou não apenas o fechamento de locais de culto “até novo aviso”, mas também proibiu serviços funerários públicos e ritos de exéquias.
As medidas também incluem o fechamento – que ocorre principalmente de 18 de fevereiro a 4 de março – de todas as escolas, centros comerciais, cafés, centros de beleza, centros de entretenimento, parques, cinemas, pavilhões esportivos, academias e piscinas.
As novas diretrizes entrarão em vigor duas semanas antes da viagem do Papa Francisco, que programou sua visita ao Iraque de 5 a 8 de março.
O programa do Papa inclui uma Missa na Catedral Caldeia de São José, em Bagdá, em 6 de março, e uma visita à Catedral Siríaca da Imaculada Conceição, em Bakhdida, em 7 de março.
Em 14 de fevereiro, o Núncio Apostólico no Iraque, Dom Mitja Leskovar, se encontrou com o Primeiro-Ministro iraquiano Mustafa al-Kadhimi para organizar os preparativos para a visita papal.
A Agência de Notícias Shafaqna Shia informou que Al-Kadhimi disse na reunião que o governo iraquiano dá as boas-vindas à viagem do Papa e aos seus esforços para conter o extremismo no país.
Está previsto que o Papa Francisco se reúna com o primeiro-ministro imediatamente após a sua chegada a Bagdá, em 5 de março, e antes de viajar ao palácio presidencial para visitar o presidente iraquiano Barham Salih.
A viagem papal enfrentou certa oposição dentro do Iraque. O clérigo populista xiita, Muqtada al-Sadr, dirigiu-se a essa oposição e destacou a sua aprovação da próxima visita do Papa Francisco em um Tweet de 13 de fevereiro.
Durante sua visita ao Iraque, o Papa Francisco tem previsto se encontrar, em 6 de março, com Najaf con Ali al-Sistani, líder dos muçulmanos xiitas no Iraque.
Depois, o Papa viajará para a Planície de Ur, no sul do Iraque, que a Bíblia registra como o local de nascimento de Abraão. Em Ur, o Papa fará um discurso em um encontro inter-religioso.
Um sacerdote no Iraque assinalou que as restrições nacionais ao coronavírus no Iraque não deveriam ser aplicadas à região autônoma do norte do Curdistão iraquiano, onde está programado que o Papa Francisco vá no último dia completo de sua visita.
O Papa será recebido no aeroporto de Erbil, no dia 7 de março, pelas autoridades religiosas e civis do Curdistão iraquiano, antes de viajar a Mosul para rezar pelas vítimas da guerra na praça Hosh al-Bieaa.
O Papa Francisco visitará comunidades cristãs na planície de Nínive e oferecerá uma Missa em um estádio em Erbil. Essas comunidades cristãs sofreram muito com a ocupação do Estado Islâmico de 2014 a 2016, levando muitos cristãos a fugir da região. O Papa expressou repetidamente sua proximidade com esses cristãos perseguidos.
A visita papal ao Iraque será a primeira viagem internacional do Papa Francisco em mais de um ano devido à pandemia do coronavírus.
Até o dia 13 de fevereiro, havia 2.530 casos confirmados de Covid-19 no Iraque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, que registrou um total de 641.628 casos no Iraque no ano passado, com 13.164 mortes no Iraque atribuídas à Covid-19.
O Papa Francisco recebeu ambas as doses da vacina Pfizer-BioNtech contra o coronavírus no início deste ano. Todos os jornalistas e pessoal de segurança do Vaticano que viajam com o Papa Francisco para o Iraque também devem ser vacinados contra a Covid-19.
Fonte: acidigital