No dia 3 de setembro de 1978, há exatamente 42 anos, o Papa João Paulo I iniciou oficialmente o seu pontificado que durou 33 dias, um dos mais breves na história da Igreja.
João Paulo I, conhecido como o Papa do sorriso, foi eleito como sucessor do Papa São Paulo VI em 26 de agosto de 1978.
O seu nome reúne os dos seus dois predecessores imediatos. Foi João por São João XXIII, e Paulo por São Paulo VI; como uma forma de homenagear ambos os pontífices que lideraram o Concílio Vaticano II, o evento mais importante da Igreja no século XX.
Na homilia da Missa no início do seu pontificado, João Paulo I afirmou que “o primeiro pensamento, de adoração e de súplica, vai para Deus, infinito e eterno, o qual, com uma sua decisão humanamente inexplicável e com a sua benigníssima dignação, nos elevou à Cátedra do bem-aventurado Pedro”.
“Desde o primeiro momento após a nossa eleição e nos dias que imediatamente se seguiram, ficamos profundamente impressionado e encorajado pelas manifestações de afeto dos nossos filhos de Roma e também daqueles que, de todas as partes do mundo, nos têm feito chegar o eco da sua incontível exultação pelo fato de Deus uma vez mais ter dado à Igreja o seu Chefe visível”, continuou.
“Circundado pelo vosso amor e amparado pela vossa oração, iniciamos o nosso serviço apostólico, invocando como estrela esplendorosa da nossa caminhada a Mãe de Deus, Maria, Salus Populi Romani e Mater Ecclesiae, que a Liturgia venera de modo particular neste mês de setembro”.
Ao concluir, o Pontífice pediu para que “a Virgem Santíssima, que guiou com delicada ternura a nossa vida de criança, de seminarista, de sacerdote e de Bispo continue a iluminar e a dirigir os nossos passos, para que, feito voz de Pedro, com os olhos e a mente fixos no seu Filho, Jesus, proclamemos no mundo, com jubilosa firmeza, a nossa profissão de fé: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”.
Albino Luciani nasceu em 17 de outubro de 1912 na cidade de Canale d’Agordo, na Itália. Foi batizado no mesmo dia por uma senhora chamada Maria Fiocco, ante “o perigo iminente de morte”, como assinala o site do Vaticano.
Entrou no seminário menor de Feltre em outubro de 1923 e, em outubro de 1928, ingressou no seminário gregoriano em Belluno.
Foi ordenado sacerdote em 7 de julho de 1935, com apenas 22 anos. Estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde realizou a tese “A origem da alma humana segundo Antonio Rosmini”.
Em 15 de dezembro de 1958, São João XXIII o elegeu Bispo de Vittorio Veneto, recebendo a consagração episcopal do Pontífice em 27 de dezembro, na Basílica de São Pedro.
Em 1º de fevereiro de 1970, depois de participar das sessões do Concílio Vaticano II, São Paulo VI o nomeou patriarca de Veneza. Três anos depois, em 5 de março de 1973, foi criado Cardeal.
Participou do primeiro conclave de 1978, no qual foi eleito em 26 de agosto. 33 dias depois, em 28 de setembro, faleceu após um ataque cardíaco no Palácio Apostólico do Vaticano.
Em 9 de novembro de 2017, o Papa Francisco assinou o decreto que reconhece as virtudes heroicas de João Paulo I.
A aprovação das virtudes heroicas é talvez o passo mais complexo e demorado no processo de beatificação de um fiel católico, uma vez que o decreto reconhece que o Servo de Deus viveu em grau heroico a fé, a esperança e a caridade; para o qual se deve ter investigado em previamente e em detalhes sua vida e escritos.
Agora, a causa fica à espera de um milagre realizado com a intercessão de João Paulo I, para avançar para a beatificação.
Fonte: acidigital