Docudrama apresenta detalhes ainda desconhecidos da vida de Isabel Cristina e poderá ser visto de graça no YouTube. O docudrama “Isabel Cristina: uma história de martírio”, será lançado neste domingo, 22 de outubro de 2023, às 20h.
A produção original da Lumine resgata a trajetória de Isabel Cristina Mrad Campos, assassinada aos 20 anos, após resistir a uma tentativa de estupro. Ela era de Barbacena, interior de Minas Gerais. Mesclando o formato de documentário, com cenas de ficção, o longa será exibido gratuitamente no canal do YouTube do serviço de vídeo sob demanda.
Iniciativa da própria comunidade
A ideia do filme começou pouco antes de Isabel Cristina ser declarada beata, em dezembro de 2022. O pároco, Monsenhor Danival Milagres, conversava com Gustavo Grossi, atuante na Pastoral da Comunicação. O empresário de 32 anos ficou impressionado com o engajamento da comunidade local e quis contar a história da beata para todo o mundo. Foi quando surgiu o propósito de documentar, em vídeo e em tempo real, tudo que estava acontecendo. E ele decidiu fazer contato com a Lumine, maior plataforma católica de streaming do Brasil, que aceitou o desafio de produzir um material sobre a mais nova beata brasileira.
“Vi na produção cinematográfica uma oportunidade de não apenas documentar, mas também trazer um toque artístico, além de contribuir para dar continuidade no processo de canonização da beata. Foi como se Deus me chamasse para essa missão”, lembra Gustavo Grossi.
A plataforma aceitou o convite e, logo em seguida, iniciou a produção — processo que demorou menos de um ano. O envolvimento dos fiéis foi tão grande que o financiamento da obra veio, em grande parte, da própria paróquia.
“É uma gratificação muito grande saber que as comunidades das paróquias confiam em nós para contar essas histórias. Esse é o nosso maior troféu”, afirma Matheus Bazzo, fundador da Lumine.
A produção
É a primeira vez que a vida da mártir brasileira é contada através de um filme. “Isabel Cristina: uma história de martírio” reúne filmagens da cerimônia de beatificação e depoimentos de pessoas que conviveram com ela, compartilhando detalhes até então desconhecidos sobre sua trajetória.
Foram ouvidos parentes próximos, amigos e o bispo Dom Geraldo Lyrio, que acabou falecendo meses depois da entrevista.
A produção foi até a paróquia e a escola onde Isabel Cristina estudou, captando relatos de quem conviveu de perto com a jovem. “Geralmente, quando se contam as histórias dos santos, é um processo de fora para dentro. Mas, nesta obra, fomos de dentro para fora. Entramos na intimidade e alcançamos algo exclusivo”, destaca Gustavo Leite, que dirigiu e roteirizou o longa-metragem ao lado de Julia Sondermann.
Exemplo de santidade
Ao lado dos depoimentos, o filme conta com recursos de ficção. E, nessas cenas, Isabel Cristina ganha vida com a atriz Cris Eifler, que interpreta a beata. A semelhança entre as duas chama a atenção. A partir dos testemunhos, são reconstituídas passagens de sua vida — encerrada abrupta e brutalmente em 1982, quando um homem invadiu sua casa para violentá-la.
Há uma característica estética diferenciada no docudrama: as cenas são metade coloridas, metade em preto e branco. E, ao contrário do que o senso comum pode indicar, não são as captações atuais dos relatos que vêm em cores.
O idealizador da obra pontua que a grande mensagem da beatificação de Isabel Cristina é sobre encontrar santidade nas pequenas coisas da vida. “É viver em comunidade, amar a Deus, a família, os doentes e necessitados”, defende Grossi. E complementa: “A parceria entre a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade e a Lumine para esse projeto foi uma decisão de Deus. E, após um ano de trabalho, trazemos mais vida à história de Isabel Cristina”.
Fonte: Aleteia