Um dia de oração pela libertação dos sequestrados no Haiti foi convocado no país. A Conferência dos Religiosos do Haiti e a Arquidiocese de Porto Príncipe pediram aos fiéis que dediquem suas preces nesta quarta-feira, 24, ao pedido a Deus de que o grupo seja solto.
Na última sexta-feira, 19, seis religiosas da Congregação das Irmãs de Sant’Ana foram raptadas por homens armados enquanto estavam em um micro-ônibus, juntamente com o motorista e outra pessoa presente no veículo. O sequestro aconteceu durante o dia, em Porto Príncipe, capital do Haiti.
Pedido pela libertação imediata dos sequestrados
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 22, o arcebispo de Porto Príncipe e presidente da Conferência Episcopal Haitiana, Dom Max Leroys Mesidor, e o presidente da Conferência dos Religiosos do Haiti, padre Morachel Bonhomme condenaram “vigorosa e firmemente” o ato. “É hora de tomar as medidas necessárias para erradicar os flagelos do sequestro e da violência de grupos armados, que estão mergulhando o país em uma situação cada vez mais confusa e caótica”, manifestaram.
Em seguida, o comunicado se dirige diretamente aos sequestradores, pedindo a libertação imediata e incondicional de todos os sequestrados. Por fim, os fiéis haitianos são convocados para “uma corrente de oração incessante pela libertação dos sequestrados e por suas famílias”.
O Papa Francisco já havia pedido a libertação dos sequestrados após a recitação do Angelus, neste domingo, 21. Ao recordar o acontecido, o Pontífice assegurou sua oração pela harmonia social no país, convidando todos a “pôr fim à violência que tanto sofrimento causa àquela querida população”.
Bispo se oferece como refém no lugar das religiosas
Outro religioso que se manifestou sobre o sequestro foi o bispo de Anse-à-Veau e Miragoâne, Dom Pierre-André Dumas. Quando o ato criminoso foi confirmado em um comunicado de imprensa, ele já havia condenado “com vigor e firmeza esse último ato odioso e bárbaro, que nem sequer respeita a dignidade dessas mulheres consagradas que se entregam de todo o coração a Deus para educar e formar os jovens, os mais pobres e os mais vulneráveis em nossa sociedade”, e pedido a libertação dos raptados.
Mais recentemente, o bispo pediu aos sequestradores que o levassem no lugar das irmãs, se oferecendo como refém. “Por enquanto, não recebi nenhum sinal dos sequestradores. Mas estou à disposição”, explicou Dom Dumas. Ele também confirmou que um padre da sua diocese e uma religiosa da Madre Teresa de Calcutá também se ofereceram para o acompanhar. Os sequestradores exigem 3 milhões de euros para a libertação dos sequestrados.
Em relação à violência no Haiti, o religioso reforçou a necessidade da harmonia social no país citada pelo Papa. Ele declarou que esse sequestro faz parte de uma situação de violência gerada não apenas pela pobreza extrema, mas também pelo comprometimento das instituições democráticas – os clãs armados comandam quase 80% de Porto Príncipe.
O papel da Igreja local, nesse contexto instável, é promover um diálogo entre todos os agentes políticos e institucionais, pontuou o bispo. “Por mais de três meses eu me ofereci, com o sinal verde de nossa Conferência Episcopal, para ouvir todas as partes envolvidas. Estamos tentando obter um amplo consenso para sair dessa crise da melhor maneira possível”, concluiu.
Fonte: Canção Nova