Intenção
Escutar os gritos dos migrantes (Universal)
Rezemos para que o clamor dos irmãos migrantes vítimas do tráfico criminoso seja escutado e considerado.
Reflexão
«”Onde está o teu irmão? A voz do seu sangue clama até Mim”, diz o Senhor Deus. Esta não é uma pergunta posta ao outro; é uma pergunta posta a mim, a ti, a cada um de nós. Estes nossos irmãos e irmãs procuravam sair de situações difíceis, para encontrarem um pouco de serenidade e de paz; procuravam um lugar melhor para si e suas famílias, mas encontraram a morte. Quantas vezes outros que procuram o mesmo não encontram compreensão, não encontram acolhimento, não encontram solidariedade! E as suas vozes sobem até Deus! Recentemente, falei com um destes irmãos. Antes de chegar aqui, passaram pelas mãos dos traficantes, daqueles que exploram a pobreza dos outros, daquelas pessoas para quem a pobreza dos outros é uma fonte de lucro. Quanto sofreram! E alguns não conseguiram chegar».
Estas palavras foram ditas pelo Papa Francisco na sua primeira viagem apostólica a Lampedusa, no dia 8 de julho de 2013, quatro meses após a sua eleição. Sete anos depois, o Santo Padre poderia dizer as mesmas palavras. Sete anos de notícias e relatos de morte, sofrimento, exploração criminosa, não apenas no mar, mas também em terra. Sete anos a encontrar muros, desconfianças, discursos de ódio, manifestações sociais e políticas que, sob a aparência da proteção das ameaças, acabam por silenciar os gritos de quem quer apenas sobreviver…
O nosso coração foi se habituando a isso? Será que estas palavras de Francisco, ditas então em Lampedusa, também nos dizem respeito? “Somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de ‘padecer com’. A globalização da indiferença tirou-nos a capacidade de chorar!” A questão é séria: de que forma me posiciono perante o grito destas pessoas?
Neste mês, o Santo Padre pede pelos migrantes, vítimas do tráfico criminoso. Deixemos que o nosso coração se comova com estas histórias e rezemos para que Deus toque o coração de todos nós e daqueles que têm o poder de pôr termo a estas situações de aproveitamento extremo da fragilidade dos outros.
Oração
Senhor Jesus Cristo,
Tu que foste hóspede e peregrino no meio de nós.
Tu que fugiste à violência,
buscando no Egito um porto seguro.
Dá-nos a graça de Te reconhecermos
no rosto dos nossos irmãos e irmãs
obrigados a sair dos seus países
por causa da guerra, da injustiça,
da pobreza e da violência.
Que o teu Espírito toque o nosso coração e os nossos ouvidos
para não sermos indiferentes ao grito destes nossos irmãos.
Faz da tua Igreja e de todos os seus filhos
um claro exemplo de acolhimento e de amor,
tal como Tu nos ensinaste.
Pai-Nosso…
Desafios
– Começar (ou continuar) a colaborar com instituições que acolhem os migrantes e as suas famílias, através de donativos, voluntariado, divulgação destas iniciativas nas redes sociais, etc.
– Promover à minha volta uma atitude positiva perante os migrantes que fogem das suas terras em busca de paz e oportunidades de vida, combatendo os discursos de fechamento, ódio e preconceito que são veiculados por oportunismos políticos.
– Sensibilizar a minha comunidade ou paróquia para a oração por estes irmãos, de modo particular na celebração da Eucaristia, combatendo a «globalização da indiferença».