Os soldados cortaram a pele da sola dos pés de José Luis Sánchez del Río, 14 anos, e disseram: “Grita ‘morra Cristo Rei’ e salvamos tua vida”
José Luis Sánchez del Río, canonizado pelo Papa Francisco em 16 de outubro de 2016, era um garoto de apenas 14 anos de idade quando foi martirizado com satânico sadismo durante a brutal perseguição anticatólica perpetrada no México pelo governo ateu do ditador Plutarco Elías Calles (1924-1928).
O menino era um dos assim chamados “cristeros”, os milhares de mexicanos que, heroicamente, resistiram à drástica proibição de todo culto público e, por consequência, sofreram uma das perseguições religiosas mais violentas do século XX.
José Luis Sánchez del Río nasceu na cidade de Sahuayo no dia 28 de março de 1913. Aos 10 anos de idade, já ensinava os seus amigos a rezar e os levava para a adoração eucarística. Aos 13 anos, testemunhou em primeira pessoa os inícios da “guerra cristera” e logo quis juntar-se àquela épica resistência armada dos católicos mexicanos em defesa da sua fé e da sua liberdade.
Naquele contexto de leis anticristãs e violência covarde contra padres, religiosos, fiéis, templos católicos e contra a própria Eucaristia, tantas vezes profanada, os irmãos de José Luis se alistaram no improvisado exército católico. Ele, obviamente, não foi aceito como soldado por causa da idade; mas tanto fez e insistiu que conseguiu ajudar os cristeros em muitas outras tarefas e serviços.
José Luis Sánchez del Río, o cristero mártir de 14 anos
Aos 14 anos, José Luis foi rezar diante do túmulo do beato Anacleto González Flores, um dos mártires cristeros, assassinado porque não tinha renunciado à fé em Cristo. Junto ao túmulo, José Luis pediu a Deus “a coragem de testemunhar a verdade do Evangelho até a oferta plena da minha vida”.
E a sua oração foi atendida.
Ainda aos 14 anos, o valente e fiel menino foi preso pelas tropas da ditadura ateia. Foi ridicularizado, humilhado e torturado. As tropas o intimidavam para trair a fé. Foi tentado com ofertas de dinheiro, carreira militar e vida nova nos Estados Unidos. Do alto dos seus 14 anos, porém, o pequeno grande José Luis não aceitou nenhuma dessas tentações. Ele apenas respondia com os gritos heroicos que já tinham se tornado um símbolo histórico dos cristeros:
“Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!”
Os covardes sequestradores, que no fim das contas eram representantes do governo que supostamente deveria servir ao povo, pediram à família de José Luis um resgate pela vida do garoto! Mas ele próprio implorou à mãe que não pagasse e a encorajou a preferir um filho mártir a um filho apóstata.
No dia do martírio, uma tia de José Luis, Madalena, conseguiu levar para o sobrinho a sua última comunhão eucarística – literalmente, um viático para o seu caminho da cruz.
“Viva Cristo Rei!”
E a via-crúcis começou.
De início, os soldados cortaram a pele da sola dos pés de José Luis – a sola dos pés de um garoto de 14 anos.
Os soldados o obrigaram, em seguida, a caminhar pisando em sal, com o único intuito de torturá-lo – torturar um garoto de 14 anos.
Os soldados o levaram, depois, até o cemitério do povoado, numa procissão grotesca de insultos, golpes, empurrões. E lhe fizeram a última tentativa de chantagem apóstata:
“Se tu gritares ‘morra Cristo Rei’, nós te salvaremos a vida. Grita: ‘Morra Cristo Rei!’”
José Luis Sánchez del Río juntou todas as forças que lhe restavam e bradou a plenos pulmões:
“VIVA CRISTO REI!”
Um tiro da pistola do capitão o matou nesse instante.
Fonte: Aleteia