Na catequese desta quarta-feira, 24, Francisco afirmou: “Maria está sempre ali, com a sua ternura maternal. As orações a Ela dirigidas não são vãs”
“Rezar em comunhão com Maria” foi o tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 24. Audiência Geral ocorreu na véspera da Solenidade da Anunciação.
O Pontífice destaca que a via mestra da oração cristã é a humanidade de Jesus. Com efeito, o Santo Padre comenta que a confiança da oração cristã não teria sentido se o Verbo não tivesse encarnado.
Cristo: mediador entre Deus e os homens
A Escritura sobre o encontro dos discípulos, as mulheres pias e Maria rezando, foi recordada pelo Santo Padre. Depois da ascensão de Jesus, lembra Francisco, a primeira comunidade cristã esperava o dom de Jesus, a promessa de Jesus.
“Cristo é o Mediador, Cristo é a ponte que atravessamos para nos dirigirmos ao Pai. É o único redentor, não existem co-redentores com Cristo, é único, é o mediador por excelência, é o mediador”, frisa.
Cada oração elevada a Deus é por Cristo, com Cristo e em Cristo, afirma o Papa. Isso ocorre graças à sua intercessão. O Espírito Santo, continua o Pontífice, alarga a mediação de Cristo a todos os tempos e lugares. “Não há outro nome no qual podemos ser salvos. Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens”.
Maria e seu lugar privilegiado na oração do cristão
Da mediação única de Cristo, o Santo Padre observa que adquirem significado e valor as outras referências que o cristão encontra para a sua oração e devoção. “Em primeiro lugar à Virgem Maria, a mãe de Jesus”, revela.
“Ela ocupa um lugar privilegiado na vida e, portanto, também na oração do cristão, porque é a Mãe de Jesus. As Igrejas do Oriente representaram-na frequentemente como a Odigitria, aquela que ‘indica o caminho’, ou seja, o Filho Jesus Cristo”.
Maria que leva a Jesus
O Papa recorda uma pintura antiga da Odigitria na Catedral de Bari. Simples, ela retrata Nossa Senhora que mostra Jesus, nu. Depois colocaram nele uma roupa para cobrir a nudez.
A verdade é que Jesus nu, explica Francisco, o mesmo homem que nasceu de Maria, é o mediador; e ela mostra o mediador. “É a Odigitria. Na iconografia cristã a sua presença está em toda a parte, às vezes até com grande destaque, mas sempre em relação ao Filho e em função d’Ele”, complementa.
As mãos, o olhar e a atitude de Maria são um “catecismo” vivo e indicam sempre o âmago, o centro: Jesus, aponta o Santo Padre. Maria está totalmente voltada para Ele a ponto de ser considerada mais discípula do que mãe.
Primeira discípula
“Aquela indicação nas Bodas de Caná. Ela sempre mostra Cristo. É a primeira discípula”, sublinha o Pontífice. Segundo ele, este é o papel que Maria desempenhou ao longo de toda a sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor.
O Santo Padre frisa que em uma certa altura, nos Evangelhos, Maria parece quase desaparecer; mas volta em momentos cruciais, como em Caná, quando o Filho, graças à sua intervenção solícita, fez o primeiro “sinal”, e depois no Gólgota, ao pé da Cruz.
Maternidade de Maria estendida à Igreja
“Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na cruz. A partir daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu manto, como vemos em certos afrescos ou quadros medievais”. É o que destaca o Papa.
Francisco, no entanto, aponta que Jesus confiou Maria como mãe, não como deusa, não como corredentora, mas como mãe.
Piedade cristã e os títulos de Maria
A piedade cristã sempre dá a Maria títulos bonitos, como faz um filho com a mãe, observa Francisco. “Quantas coisas bonitas diz um filho a uma mãe que ele quer bem!”, afirma o Pontífice.
“As coisas bonitas que a Igreja, os santos dizem a Maria não tiram a unicidade redentora de Cristo. Ele é o único redentor. São expressões de amor de um filho a uma mãe. As vezes exageradas, mas o amor nos sabemos sempre nos faz fazer coisas exageradas”, comenta.
Como dizem os Evangelhos, Maria é a “cheia de graça”, “bendita sois vós entre as mulheres”. Depois, à oração da Ave-Maria foi acrescentado o título “Theotokos”, “Mãe de Deus”, sancionado pelo Concílio de Éfeso.
Proximidade também na pandemia
Maria, segundo o Santo Padre, está sempre presente à cabeceira dos seus filhos que deixam este mundo. Se alguém se encontra sozinho e abandonado, Ela está ali perto, tal como estava próxima do seu Filho quando todos o tinham abandonado, disse ainda Francisco.
“Maria estava e está presente durante os dias da pandemia, perto das pessoas que infelizmente concluíram o seu caminho terreno numa condição de isolamento, sem o conforto da proximidade dos seus entes queridos. Maria está sempre ali, com a sua ternura maternal”, disse.
As orações a Ela dirigidas não são vãs, de acordo com o Papa. “Mulher do ‘sim’, que aceitou prontamente o convite do Anjo, responde também às nossas súplicas, ouve as nossas vozes, até aquelas que permanecem fechadas no coração, que não têm a força para sair mas que Deus conhece melhor do que nós”.
Como e mais do que todas as mães bondosas, o Santo Padre revela que Maria defende homens e mulheres nos perigos, preocupa-se com eles, até quando estão ocupados com seus afazeres e perdem sentido do caminho. “Maria está ali e reza por nós, ora por quem não reza. Porque Ela é a nossa Mãe!”, conclui.
Fonte: Canção Nova