Milhares se reuniram em uma abadia beneditina nos arredores de Gower, Missouri, no fim de semana para ver o corpo surpreendentemente bem preservado de sua fundadora, a irmã Wilhelmina Lancaster, OSB, que morreu em 2019.
No domingo (28), solenidade de Pentecostes, cerca de 200 veículos por hora chegavam à abadia, um aumento no tráfego em relação ao dia anterior, disse o xerife do condado de Clinton, Larry Fish, em um vídeo no Facebook. Esperava-se que cerca de 15 mil pessoas visitassem o local até o final do dia.
“Provavelmente vamos ver isso por meses, mas agora, neste fim de semana, provavelmente será o maior fluxo de pessoas que você verá nesta área”, disse Fish em um vídeo anterior publicado na quinta-feira (25).
Parte da urgência para aqueles que visitam a abadia durante o fim de semana é a oportunidade limitada de tocar o corpo da freira, que estava em exposição pública em uma sala no térreo da igreja da abadia há mais de uma semana.
No sábado (27), um fotojornalista que trabalha para a EWTN News, do grupo EWTN ao qual pertence a ACI Digital, testemunhou peregrinos tocando partes do corpo da irmã Wilhelmina com as mãos ou com o terço, e até mesmo beijando suas mãos. Esse contato físico só foi possível até a tarde de ontem (29), quando os restos mortais foram colocados em uma caixa de vidro, embora seu corpo ainda esteja disponível para exibição pública.
Nenhuma investigação até o momento
A irmã Wilhelmina fundou a Congregação das Irmãs Beneditinas de Maria Rainha dos Apóstolos em 1995, quando tinha 70 anos. Ela morreu em 29 de maio de 2019 e seu corpo não embalsamado foi enterrado em um caixão de madeira simples no cemitério fora da abadia.
Esperando encontrar apenas ossos quando exumaram seus restos mortais em 18 de maio deste ano para sepultamento no recém-construído santuário de São José, as irmãs ficaram surpresas ao descobrir que seu corpo e seu tradicional hábito religioso permaneceram notavelmente intactos.
Os peregrinos que visitaram o corpo informaram à CNA, agência de notícias em inglês da EWTN, que não sentiram nenhum cheiro de decomposição.
As freiras aplicaram cera nas mãos e no rosto da irmã Wilhelmina.
A condição de seu corpo surpreendeu até mesmo agentes funerários experientes. “Se você está me dizendo que esta mulher foi enterrada sem ser embalsamada em um caixão de madeira sem recipiente externo no solo e não estava abaixo de zero no Alasca… algo especial está acontecendo lá”, disse à CNA Barry Lease, presidente e diretor-executivo do Instituto de Ciências Mortuárias de Pittsburgh, na semana passada.
Não houve declaração oficial de que os restos mortais da irmã Wilhelmina estão “incorruptos”, nem há uma causa em andamento para a canonização da freira, um processo rigoroso na Igreja Católica que pode levar muitos anos.
O bispo de Kansas City-St. Joseph, dom James Vann Johnston, que visitou o mosteiro para ver os restos mortais da irmã Wilhelmina, disse que uma “investigação completa” é necessária para responder a “perguntas importantes” levantadas pelo estado de seu corpo, mas não chegou a dizer se esta análise será feita. No domingo, uma porta-voz da diocese disse que estava errada quando disse à CNA na semana passada que Johnston havia “entrado em contato com alguém em Roma” sobre o que aconteceu na abadia.
A descoberta seria mantida em segredo
Em um comunicado publicado em seu site no fim de semana, as irmãs revelaram que esperavam manter em segredo a surpreendente condição do corpo de sua fundadora.
“Não tínhamos a intenção de tornar a descoberta pública, mas, infelizmente, um e-mail particular foi divulgado e a notícia começou a se espalhar como um incêndio”, escreveram elas. “No entanto, Deus trabalha de forma misteriosa e aceitamos seu novo plano para nós”.
As irmãs disseram que continuam com suas rotinas diárias normais, apesar das multidões e da atenção da mídia de todo o mundo.
“Muitos expressaram sua preocupação com a interrupção de nossas vidas, mas, felizmente, não fomos afetadas e pudemos continuar com nossa vida de ora et labora, oração e trabalho, como teria feito a irmã Wilhelmina”, disse o comunicado.
“Se não fosse porque olhamos pelas janelas da frente ou para as multidões que participam de nossas missas e ofícios divinos, nem saberíamos que as pessoas estavam aqui. Um exército de voluntários e a polícia local se mobilizaram para controlar as multidões, e somos profundamente gratas a cada um deles, pois nos permitem viver nossas vidas em paz, ao mesmo tempo em que proporcionam aos visitantes uma experiência agradável e de oração na abadia”, disseram.
Fonte: ACI Digital