No mais antigo tempo católico do Canadá, o Santo Padre fez um discurso dirigido a bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e agentes da pastoral
Reunido com bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e agentes da pastoral, o Papa Francisco deu sequência à sua peregrinação apostólica no Canadá. No mais antigo templo católico do Canadá, a Catedral de Notre Dame, o Sucessor de Pedro falou sobre a secularização e como este processo deixou Deus no último lugar na vida dos homens.
“Parece que Ele desapareceu do horizonte, a sua Palavra já não parece uma bússola de orientação para a vida, para as opções fundamentais, para as relações humanas e sociais. Desde já, porém, há que fazer um esclarecimento: quando observamos a cultura em que estamos imersos, as suas linguagens e os seus símbolos, é preciso estarmos atentos para não ficar prisioneiros do pessimismo e do ressentimento, deixando-nos cair em juízos negativos ou em inúteis nostalgias”, afirmou Francisco.
Adiante, o Pontífice citou São Paulo VI, para quem a secularização em si não é totalmente incompatível com a fé. “De facto, Deus não nos quer escravos, mas filhos, não quer decidir no nosso lugar, nem oprimir-nos com um poder sacro num mundo governado por leis religiosas. Não! Ele criou-nos livres e pede-nos para sermos pessoas adultas e responsáveis na vida e na sociedade”, disse.
Igreja em saída
Francisco não se furtou em pedir aos fiéis: anunciem o Evangelho. É por meio do anúncio da Palavra que, segundo o Sucessor de Pedro, homens e mulheres receberão a alegria da fé. “Mas este anúncio não se realiza primariamente por palavras, mas por meio dum testemunho transbordante de amor gratuito, como Deus faz connosco”, ponderou o Papa.
O Santo Padre também mencionou os abusos praticados pelos membros da Igreja no Canadá. E pediu perdão. “Penso em particular nos abusos sexuais cometidos contra menores e pessoas vulneráveis, escândalos que exigem ações fortes e uma luta irreversível”, apontou o Papa. “Quero, juntamente convosco, voltar a pedir perdão a todas as vítimas. O pesar e a vergonha que sentimos devem tornar-se ocasião de conversão: que nunca mais aconteçam”, acrescentou.
Ao final da celebração, o Papa Francisco foi aplaudido de pé pelos presentes. Nesta sexta-feira, 29, Francisco inicia seu dia com um enconrto privado com os membros da Companhia de Jesus, no Arcebispado de Quebec.
Fonte: Canção Nova