Memória Litúrgica de Moisés é celebrada em 4 de setembro, e tradicionalmente, milhares de fiéis se dirigem ao Monte Nebo na data.
No dia 04 de setembro é celebrada a Memória Litúrgica de Moisés, líder, profeta, guia do povo escolhido à Terra Prometida e legislador do Antigo Testamento, como narram as Escrituras. Festa vivida com particular atenção pelos cristãos do oriente. Milhares de peregrinos se réunem no Monte Nebo, na Jordânia para recordar o “amigo de Deus”.
“Para a festa de S. Moisés, cada ano, reuniam-se sobre o Monte Nebo pessoas de toda a Jordânia e dos países vizinhos e celebrava-se a Santa Missa.” recorda Frei Raffaele Caputo, Guardião no Convento franciscano do Monte Nebo.
Devido à pandemia da Covid-19, as comemorações serão diferentes. O Guardião explica que será celebrada uma santa missa aberta somente aos Frades. Os Frades franciscanos da Custódia da Terra Santa continuam, de fato, a estar presentes e a custodiar o local onde, segundo a tradição, o profeta contemplou a Terra Prometida, sem poder entrar nela. Neste ano, porém, tiveram novamente que fechar o Santuário ao público, pela segunda vez desde o início da pandemia, por causa do repentino aumento de contágios na Jordânia.
“Costumeiramente, no dia 04 de setembro, chegavam de Jerusalém outros Frades e também o Custódio da Terra Santa, além de paroquianos de Mádaba e de alguns diplomatas – explica FreiRaffaele -. Por causa da situação criada pelo Covid 19, decidimos, porém, celebrar somente nós Frades do convento do Nebo e, provavelmente, com aqueles de Amman”.
Atualmente, dois Frades prestam serviço sobre o Monte Nebo, Frei Raffaele Caputo, que chegou há oito meses, e Fr. Ammar Shahin, que já por quatro anos vive no local. Sobre o Monte Nebo, que está a oito km a noroeste de Mádaba, encontra-se uma Basílica, cuja restauração foi concluída em 2016, que abraça o Memorial de Moisés.
Além do Convento franciscano, também existe um pequeno museu com diversos objetos arqueológicos e é famoso pelo seu ponto panorâmico, pois dali, em dias sem névoa, pode-se divisar cidade de Jerusalém.
“Antes, havia grande fluxo de peregrinos, que eram acolhidos. Muitos vinham, visitavam o Monte Nebo, participavam da Missa e, depois, partiam à Terra Santa – conta frei Raffaele -. Desde o momento em que começou a pandemia, em março, fechamos o santuário ao público até o início de julho, quando decidimos reabrir para as poucas pessoas que vieram visitar o local. Depois, na semana passada, fomos obrigados a fechar novamente, visto o aumento dos casos de covid-19 na Jordânia. Estaremos fechados por duas semanas para ver como evoluirá a situação”.
Nas vésperas da Festa de São Moisés, frei Raffaele recorda a importância do Santo Profeta: “Moisés conduziu o povo hebreu desde o Egito à Terra Prometida e o Senhor falava com ele. Ainda hoje, Moisés é venerado pelos hebreus, muçulmanos e cristãos e une a todos numa única família humana. Por isso, o Monte Nebo é um centro de paz!”
Dedicação ao convento e preservação da história
Os freis durante o isolamento continuam a cuidar do Convento e do Santuário sobre o Monte Nebo. “Até o fim de julho, por falta de cozinheiro, eu me ocupava também com a cozinha, da administração da casa e das plantas. Graças a Deus, temos cisternas e também graças a Deus choveu muito neste ano, por isso, temos água em abundância – continua falando o superior do Convento sobre o Monte Nebo.
“Cada dia, celebro a missa e rezo por todos os falecidos que aqui estão sepultados, como, por exemplo, frei Michele Piccirillo; freiFiras Hijazin, que faleceu recentemente. Muitas vezes, vou ao Santuário a fim de recordar S. Moisés e todos os profetas”, conta frei Raffaele
Incentivo do rei da Jordânia, Abdallah II
Em junho passado, um evento inesperado realizou-se sobre o Monte Nebo. O rei da Jordânia, Abdallah II, quis realizar sobre o Monte Nebo uma reunião com os chefes do setor turístico, para refletir sobre o recomeço após a pandemia. “Escolheu o Monte Nebo também porque a maior parte dos turistas são cristãos e quer encorajá-los a vir à Jordânia”, explica o frei
Os Frades da Custódia da Terra Santa, na Jordânia, há muito tempo, estão empenhados também na esfera educativa. A Escola da Terra Santa, em Amman, é, na verdade, umas das mais excelentes do país. “Agora que as escolas foram abertas novamente, também os Frades de Amman estão muito empenhados. Rezo cada dia pela saúde do Padre Rachid, Diretor da escola, para que Deus o proteja neste tempo difícil”, afirma frei Raffaele Caputo.
Fonte: Canção Nova