A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma mensagem de Francisco ao Grande Aiatolá dos xiitas Ali Al-Sistani, com o qual se encontrou, em Najaf, no Iraque. Dois anos depois daquela conversa fraterna, o Pontífice relança a necessidade da colaboração entre as religiões para uma convivência pacífica num mundo marcado por numerosos conflitos.
“Um marco no caminho do diálogo inter-religioso e da compreensão entre os povos”. Assim o Papa Francisco recorda, numa mensagem divulgada, nesta terça-feira (14/03), pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro histórico realizado dois anos atrás, no âmbito de sua viagem apostólica ao Iraque, com o Grande Aiatolá Sayyid Ali Al-Husayni Al-Sistani, líder da comunidade xiita no país.
A colaboração entre as religiões é indispensável
Foi uma conversa fraterna privada que “fez bem à sua alma”, ressalta o Papa no texto, ocasião de partilha espiritual sobre os grandes temas da solidariedade, da paz e da defesa dos mais frágeis.
O seu compromisso a favor de quem sofreu perseguição me edificou, preservando a sacralidade da vida e a importância da unidade do povo iraquiano. É indispensável a colaboração e a amizade entre os fiéis de diversas religiões, para cultivar não só a estima recíproca, mas sobretudo aquela concórdia que contribui para o bem da humanidade, como nos ensina a recente história do Iraque. As nossas comunidades, portanto, podem e devem ser um lugar privilegiado de comunhão e um símbolo de convivência pacífica, na qual se invoca o Criador de todos, por um futuro de unidade sobre a terra.
Redescobrir a fraternidade e o acolhimento
À luz da convicção comum de que “o respeito pela dignidade e pelos direitos de cada pessoa e de cada comunidade, em particular a liberdade de religião, pensamento e expressão, é fonte de serenidade pessoal e social e de harmonia entre os povos”, Francisco se detém no papel decisivo dos líderes religiosos, especialmente nas crises da sociedade contemporânea:
Cabe também a nós, líderes religiosos, incentivar aqueles que têm responsabilidades na sociedade civil a trabalhar pela afirmação de uma cultura baseada na justiça e na paz, promovendo ações políticas que protejam os direitos fundamentais de todos. Com efeito, é essencial que a família humana redescubra o sentido da fraternidade e do acolhimento recíproco, como resposta concreta aos desafios de hoje.
O Pontífice espera que juntos, cristãos e muçulmanos, possam sempre ser testemunhas da verdade, do amor e da esperança, “num mundo marcado por numerosos conflitos e, portanto, necessitado de compaixão e cura”.
Fonte: Vatican News