Na manhã desta quarta-feira, 20, a Organização Médicos com a África Cuamm promoveu o evento intitulado “Apoio às Congregações religiosas na prestação de serviços de saúde na África”, na Embaixada da Itália em parceria com a Santa Sé. O evento se tornou uma ocasião para sensibilizar sobre a importância das intervenções que visam ao crescimento dos países com recursos baixos e médios. O tema do encontro trouxe uma reflexão sobre o panorama dos cuidados de saúde na África.
Entre os temas abordados foram discutidos sobre o papel das agências de cooperação na promoção da saúde na África, o empenho das fundações no apoio às congregações religiosas e também sobre as dificuldades em garantir serviços de saúde de qualidade em situações de poucos recursos.
Falta de apoio
Durante o evento foram destacados a falta de uma equipe qualificada, a falta de infraestrutura e equipamentos adequados. O diretor do Médicos com África Cuamm, padre Dante Carraro, citou que “a República Centro-Africana, para dar um exemplo, tem dez pediatras em todo o seu território; a Etiópia, um país com 120 milhões de habitantes, tem 50 ortopedistas em todo o seu território. São números realmente baixos”, comentou.
A secretária da União dos Religiosos para a Coesão Social na Costa do Marfim, irmã Adou Adjua Josephine, é testemunha das dificuldades das congregações religiosas na África e afirmou: “Trabalhamos muito com os pobres, mas os recursos são escassos. Temos pouco financiamento. Com o Cuamm começou o pedido para obter uma parceria com o Estado italiano”, detalhou.
A irmã destacou também o problema da falta de profissionais: “Não temos meios para pagar aos médicos. Os pobres vêm ter conosco porque a consulta é mais barata, mas muitos não têm dinheiro. A nossa organização tem a missão de tratar estas pessoas, mesmo que não tenham dinheiro”.
Segundo o coordenador regional para a África do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, padre Dumisani Vilakati, é fundamental responder às necessidades das Congregações no local e afirma: “Trabalhamos precisamente para dar voz às igrejas africanas, para que não sejam esquecidas. É necessário não baixar o foco na África e apoiar as realidades locais”, concluiu.
Fonte: Canção Nova