Nesta segunda-feira, 1, Francisco recebeu no Vaticano uma delegação do Centro Franciscano de Solidariedade
O próprio Cristo está no pobre que encontramos. Foi o que afirmou o Papa Francisco em audiência nesta segunda-feira, 1. Na ocasião, o Pontífice recebeu, no Vaticano, uma delegação do Centro Franciscano de Solidariedade da cidade italiana de Florença.
A audiência ocorreu após uma semana de retiro individual e Exercícios Espirituais de Quaresma, vivida pelo Santo Padre. Nesta semana, o Pontífice cumpre em sua agenda o retorno das viagens apostólicas internacionais. Francisco visita o Iraque a partir desta sexta-feira, 5.
Associação de escuta e proximidade
Em seu discurso, o Papa comentou sobre o Centro Franciscano de Solidariedade. Tem um “precioso serviço de escuta e de proximidade”, destacou. De acordo com o Santo Padre, são quase 40 anos de atenção da associação com famílias que se encontram em condições econômicas e sociais difíceis. Trabalhos também são realizados com pessoas idosas ou deficientes que precisam de apoio e companhia.
“Gostaria de dizer, antes de mais nada, ‘obrigado’ por isso. Num mundo que tende a correr em duas velocidades, que por um lado produz riqueza, mas por outro gera desigualdade, vocês são uma obra de assistência eficaz, baseada no voluntariado. Aos olhos da fé, vocês estão entre aqueles que semeiam o Reino de Deus”, sublinhou.
Atenção às feridas humanas
Francisco comparou o trabalho da associação à obra de Jesus neste mundo. Ele veio para anunciar o Reino do Pai e “se aproximou com compaixão das feridas humanas”, disse.
De acordo com o Pontífice, Jesus ficou “próximo especialmente dos pobres, dos marginalizados e descartados, dos desencorajados, dos abandonados e dos oprimidos”.
“Assim, Cristo nos revelou o coração de Deus. É um Pai que quer proteger, defender e promover a dignidade de cada um de seus filhos e filhas. Ele nos chama a construir as condições humanas, sociais e econômicas para que ninguém seja excluído ou pisoteado nos seus direitos fundamentais, para que ninguém tenha que sofrer por falta do pão material ou por solidão”.
Uma obra inspirada em São Francisco de Assis
A associação italiana nasceu em 1983. Ela deu vida a uma iniciativa das Ordens Franciscanas Seculares de Florença pertencentes às três famílias de Frades Menores, Conventuais e Capuchinhos.
O trabalho do Centro Franciscano é de caráter assistencial para ajudar as pessoas com dificuldades tanto material como espiritual. Atualmente eles coletam e distribuem roupas usadas. Na associação também são oferecidos escuta e apoio a idosos e deficientes. Tudo seguindo o espírito do amor fraterno típico de São Francisco.
Em seu discurso, o Papa recordou justamente a inspiração da associação. “Praticou a fraternidade universal” e “em todos os lugares semeou a paz e caminhou ao lado dos pobres, dos abandonados, dos doentes, dos descartados, dos últimos” (Encíclica Fratelli tutti, 2). Foi o que frisou o Pontífice ao se referir a São Francisco de Assis.
O serviço prestado pela associação é caracterizado como “um sinal concreto de esperança”, segundo o Santo Padre. Sobretudo, em meio “à vida agitada da cidade, onde tantos se encontram sozinhos com a sua pobreza e sofrimento”.
É um sinal que “desperta as consciências adormecidas”, enfatizou Francisco. “Convida-nos a sair da indiferença, a ter compaixão por quem está ferido, a se curvar com ternura sobre quem está esmagado pelo peso da vida.”
O próprio Cristo está no pobre
Ao concluir seu discurso, o Papa pediu a delegação que continuem com coragem o trabalho de solidariedade. “Peço ao Senhor que os sustente, porque sabemos que o nosso bom coração e a nossa força humana não são suficientes. Antes de as coisas serem feitas, e além dessas, quando estamos diante de uma pessoa pobre, somos chamados a um amor que faz com que a sentamos como nosso irmão, nossa irmã; e isso é possível graças a Cristo, presente totalmente naquela pessoa”.
Fonte: Canção Nova