Na quinta-feira Santa, os católicos no mundo inteiro celebram o início do Tríduo Pascal, ou seja, o período de tempo que vai da tarde de quinta-feira Santa até a manhã do Domingo de Páscoa. Este período é o ápice da fé cristã, pois nele se revive os mistérios centrais da fé: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
Quinta-feira Santa
A Quinta-feira Santa, celebra a Ceia do Senhor, em memória da Última Ceia, momento em que Jesus instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio. No Santuário Nossa Senhora dos Prazeres e Divina Misericórdia, a celebração foi presidida pelo pároco padre Alberto Gambarini e contou com a participação de 12 membros da equipe de teatro do Santuário representando os discípulos na cerimônia do lava-pés, que é um dos símbolos de serviço e humildade ensinado por Jesus Cristo.
Na homilia, Padre Alberto enfatizou a importância de nos sentirmos unidos aos apóstolos presentes na Última Ceia, destacando os caminhos que Jesus nos ensinou para nos encontrarmos com Ele: a Eucaristia, o Sacerdócio e o Amor Fraterno.
Em referência à Quinta-Feira Santa, no ano de 1999, na carta do Papa João Paulo II aos sacerdotes, podemos compreender a importância de participar do Tríduo Pascal. Ele afirma: “De fato, a fé garante-nos que essa passagem de Cristo ao Pai, ou seja, a Sua Páscoa, não é um acontecimento que diga respeito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a Sua Páscoa é a nossa Páscoa”.
Sexta-feira Santa
Dia que relembra a Paixão e Morte de Jesus Cristo, a Sexta-Feira Santa, marca um período de luto e reflexão para os fiéis da Igreja Católica. A celebração se inicia às 15 horas, momento marcado pela morte de Jesus na cruz. Após a leitura do Evangelho da Paixão, foi ressaltado pelo padre Alberto que “foi na sexta-feira que Adão foi criado por Deus e é na sexta-feira que Deus restaura sua maior criação, o homem. Adão pecou junto a árvore proibida e Jesus nos salva na árvore da cruz”.
A celebração culmina com a adoração à Cruz, símbolo do sacrifício de Jesus pela humanidade. Os fiéis foram convidados a se aproximarem da dor de Cristo e a venerar a cruz por meio do toque, reconhecendo-a como ícone do amor e do perdão divinos.
Após a Adoração da Cruz, a equipe de teatro do Santuário, composta por crianças, jovens e adultos, emocionou o público com a encenação da Paixão e Morte de Jesus. A dedicação aos ensaios durante três meses resultou em uma bela apresentação que permitiu ao público se envolver ainda mais com a história do Salvador.
Concluindo as atividades da Sexta-Feira Santa, conduzida pelo Vigário do Santuário, padre Alexandre Matias, a Via Sacra pelas ruas da cidade, proporcionou aos fiéis a oportunidade de acompanhar a representação do caminho doloroso percorrido por Jesus. Conhecida também como Via Dolorosa, a meditação das 14 estações, que narram desde a condenação de Jesus até a Sua morte na cruz, levou os fiéis a momentos de profunda reflexão e conexão com a fé.
Sábado Santo
O Sábado Santo em seus momentos de silêncio e espera nos convida a meditar a morte de Jesus e, posteriormente, celebrar sua ressureição. Tendo sua única celebração durante a noite e dividida em 4 partes, a Vigília Pascal é marcada pela Benção do Fogo Novo, Liturgia da Palavra, Liturgia Batismal e Liturgia Eucarística.
Meditando as liturgias, o padre Alberto Gambarini ressaltou que precisamos buscar a santidade, tendo em vista que Deus é Santo. Continuou dizendo que o nosso velho homem, que é pecador já foi crucificado e restaurado pela Cruz de Cristo. Também nos lembrou do que foi dito por Paulo, na carta aos romanos, que fomos sepultados na morte de Cristo para que com Ele possamos ressuscitar para uma nova vida.
Ele enfatizou também que “nós recebemos a vida humana em um hospital, mas o verdadeiro nascimento é aquele que Deus nos dá no Batistério.” Continuou destacando a importância que devemos dar ao batistério e que devemos analisar individualmente se estamos vivendo a graça do nosso batismo. Logo em seguida, realizou o batismo de dois catecúmenos e a renovação batismal de todos os presentes.
Domingo da Páscoa do Senhor
No Domingo da Páscoa, os cristãos celebram a alegria da ressureição de Jesus Cristo, Sua vitória contra a morte. Concretizando o perdão de Deus pela humanidade, sendo o dia mais importante do calendário litúrgico da Igreja Católica.
Na Santa Missa da Páscoa do Senhor, a liturgia nos apresenta o testemunho inspirador de Maria Madalena, que, apesar de ter vivido uma vida marcada pelo pecado, não abandonou seu Salvador e recebeu Dele uma nova esperança. Ao visitar o túmulo de Cristo, Maria o encontra vazio, confirmando assim a ressurreição de Jesus quando vai ao encontro dos apóstolos.
O Papa Francisco em sua mensagem de Páscoa disse, “Jesus Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o caminho para a vida. De fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos pecados. E sem o perdão de Deus, essa pedra não pode ser removida. Sem o perdão dos pecados, não se consegue sair dos fechamentos, dos preconceitos, das suspeitas mútuas e das presunções, que sempre levam a absolver a si mesmo e acusar os outros. Somente o Cristo Ressuscitado, ao dar-nos o perdão dos pecados, abre o caminho para um mundo renovado.” Finalizou desejando que pudéssemos ser iluminados e convertidos pela ressureição de Jesus, além de valorizarmos a vida humana.