Ao cumprir agenda no Vaticano nesta sexta-feira (14), Francisco recebeu em audiência privada os Irmãos Oblatos Diocesanos de Milão por ocasião dos 90 anos de fundação. Em discurso entregue à delegação, o Pontífice refletiu sobre fraternidade, diocesaneidade e oblação dos consagrados, alertando para que realizem um serviço “humilde, às vezes até humilhante”, sem esperar que sejam elogiados: nem Maria quando foi ajudar Isabel encontrou fotógrafos e jornalistas esperando por ela, lembrou o Papa.
Entre uma audiência e outra nesta sexta-feira (14) pela manhã, o Papa Francisco recebeu no Vaticano uma pequena delegação proveniente do norte da Itália: os Irmãos Oblatos Diocesanos de Milão, por ocasião dos seus 90 anos de fundação. A audiência privada com o Pontífice conclui a peregrinação em Roma iniciada há 4 dias. Em discurso entregue à delegação, o Papa refletiu sobre pontos que considera fundamentais para o programa de vida de quem imita Jesus, especialmente os seguidores dos passos de São Carlos Borromeo e do Beato Alfredo Ildefonso Schuster: fraternidade, oblação e diocesaneidade.
A fraternidade
Ao agradecer a presença do grupo no Vaticano, “um sinal, pequeno mas importante e indispensável no mosaico das vocações na Igreja”, Francisco começou encorajando os irmãos consagrados a serem felizes por ser semelhante a Cristo, um dos aspectos do mistério da Encarnação: “a alegria de ser irmão”, destacou o Pontífice, ao abordar o tema da fraternidade:
“Vocês são um sinal da fraternidade segundo o Evangelho. E vocês são precisamente por serem irmãos: não pelas coisas que fazem, pela organização, pelas atividades… Todas essas coisas são boas e necessárias, mas a fraternidade se constrói com uma forma concreta de vida. Uma forma estável que cada um de vocês naturalmente vive de uma maneira diferente, com a própria personalidade e os próprios dons e também as próprias limitações; mas a característica comum e qualificativa é esta fraternidade.”
A oblação
Em seguida, o Papa se deteu às responsabilidades de quem se doa totalmente a Deus como os Irmãos Oblatos Diocesanos de Milão que não aspiram às ordens sagradas, mas se colocam a serviço da Igreja desenvolvendo o ministério nas instituições locais. Eis o segundo aspecto, disse Francisco, a oblação, que “vocês têm como carisma”, e que Madre Teresa falava com frequência: sobre “a alegria de servir”, que “só o Senhor sabe”. Basta pensar, recordou o Papa, que quando Maria foi ajudar Isabel “não havia fotógrafos nem jornalistas esperando por ela”:
“A oblação, o dom de si em serviço. Jesus, da forma de Deus, assumiu a forma de servo; mas, cuidado: não um serviço do tipo que todos dizem: muito bem!, um serviço a ser aplaudido, ‘que dá manchete’. Não. Um serviço escondido, humilde, às vezes até humilhante. Este – nós sabemos – é o caminho a seguir por cada cristão.”
A diocesaneidade
O último aspecto do programa de vida para os irmãos consagrados está relacionado ao fato de que são diocesanos: “o serviço diocesano é uma escola de fidelidade”, disse o Papa ao complementar que “a lealdade é um bem raro”:
“Esta também é uma dimensão da Encarnação: ser fiel a uma terra, a um povo, a uma diocese. Às vezes, gostaríamos de salvar o mundo! Mas Deus lhe diz: sejam fiéis àquele serviço, àquelas pessoas, àquela obra… Jesus salvou o mundo dando sua vida pelas ovelhas perdidas da casa de Israel, e assim cumpriu a fidelidade do Pai.”
Fonte: Vatican News