Ao encontrar as Irmãs do Serviço Social nesta manhã (20) no Vaticano o Papa entregou seu discurso preparado e dialogou informalmente com as religiosas. No texto entregue elogiou sua fundadora e incentivando as religiosas a dar amor, porque “não há maior amor do que dar a vida pelos outros. A caridade social, que recordei na Encíclica Fratelli tutti, e que permeia os escritos de Margit Slachta, são a prova desta perene novidade”.
Na manhã desta sexta-feira (20) o Papa Francisco encontrou as Irmãs do Serviço Social, um instituto religioso católico de mulheres fundado na Hungria em 1923 por Margit Slachta. Estas irmãs adotaram a missão social da Igreja Católica e a espiritualidade beneditina com especial devoção ao Espírito Santo. Francisco entregou o texto preparado e conversou informalmente com as religiosas respondendo às suas perguntas. Publicamos o resumo do texto entregue às irmãs do Serviço Social. O Papa iniciou sua saudação agradecendo a presença para a celebração do primeiro centenário da fundação, e garantiu que é importante porque “para a Igreja todo carisma é um dom de Deus, que lhe concede, através do Espírito Santo, aquelas graças mais necessárias em cada momento da história”.
Dons do Espírito são para sempre
“E aí reside o mistério”, continuou Francisco, “os dons que recebemos das pessoas e o que podemos criar com as nossas próprias forças envelhecem e estragam. Ao invés, os dons do Espírito têm uma vida sempre nova e em cada circunstância de tempo e de lugar se regeneram e se reinventam, enquanto permanecem fiéis à sua raiz”.
Fé e a coerência de vida
Em seguida destacou a figura da fundadora Margit Slachta que transmitiu o carisma às religiosas: “Fiquei surpreso que, mesmo como mulher consagrada, sua fundadora tenha mantido um compromisso político tão ativo. É impressionante a sua afirmação durante o holocausto, de que os preceitos da fé obrigavam as irmãs a proteger os judeus, correndo o risco de suas próprias vidas”.
“É uma verdade que nos custa admitir: muitos mártires morreram pela fé, não por causa da negação de uma simples liberdade para adorar seu Deus, mas pela coerência de vida que essa fé lhes impôs e, consequentemente, pela defesa da liberdade, da justiça e da verdade”
Chamado para ser testemunhas
“Essas circunstâncias no início do século passado”, observou o Papa, “com as mudanças sociais que abriram o caminho para as guerras mundiais, foram momentos cruciais nos quais Deus encorajou o nascimento da sua Sociedade. Os tempos atuais também são assim, e hoje, como então, o chamado para ser testemunhas continua a ser atual”. Como seria bonito, escreveu ainda, se as palavras da fundadora Margit “ressoassem em seus corações com a mesma intensidade que certamente ressoaram nas primeiras irmãs. Elas são um incentivo para vocês, ensinando-lhes a enfrentar os desafios sociais, como elas fizeram contra o nazismo, com a única arma da caridade”.
O Papa concluiu o discurso com as seguintes palavras: “Sua fundadora, a Igreja e o Espírito Santo nos desafiam, repetindo sempre a mesma verdade: não há maior amor do que dar a vida pelos outros. A caridade social, que recordei na Encíclica Fratelli tutti, e que permeia os escritos de Margit Slachta, são a prova desta perene novidade”
Fonte: Vatican News