Após oito catequeses dedicadas aos vícios, o Papa Francisco iniciou, na Audiência Geral desta quarta-feira, 13, uma série de reflexões sobre virtudes. No dia em que completa 11 anos de pontificado, o Santo Padre foi recebido com alegria pelos fiéis reunidos na Praça São Pedro para encontrá-lo.
Após saudar os peregrinos, o Pontífice explicou que, devido a um resfriado, ainda não pode ler a catequese, delegando a tarefa ao padre Pierluigi Giroli. No texto, o Papa afirma que o termo latino virtus indica que a pessoa virtuosa é forte, corajosa, capaz de disciplina e ascetismo. Por sua vez, a palavra grega equivalente aretè aponta para algo que se destaca, que emerge, que desperta admiração.
“A pessoa virtuosa é, portanto, aquela que não se distorce pela deformação, mas é fiel à sua vocação e realiza-se plenamente”, expressa Francisco. Citando o exemplo dos santos, ele sublinha que não se tratam de exceções à humanidade, mas são aqueles que se tornam plenamente eles mesmos e que realizam a vocação própria de cada homem.
“Que mundo feliz seria aquele em que a justiça, o respeito, a benevolência mútua, a abertura de espírito e a esperança fossem a normalidade partilhada e não uma anomalia rara! É por isso que o capítulo sobre o agir virtuoso, nestes nossos tempos dramáticos em que frequentemente lidamos com o pior do humano, deve ser redescoberto e praticado por todos”, exprime o Santo Padre.
Ele acrescenta que, em um mundo deformado, os homens precisam lembrar que foram moldados à imagem e semelhança de Deus, que está impressa na humanidade para sempre.
A virtude é amparada pela graça
Na sequência da catequese, o Pontífice recorda o Catecismo da Igreja Católica, que define “virtude” como “uma disposição habitual e firme para praticar o bem” (n. 1803). Neste sentido, enfatiza que não se trata de um ato improvisado e um tanto aleatório: “a virtude é o que nos permite ter o costume de fazer a escolha certa”.
Em relação à forma com que se pode adquirir as virtudes, o Papa sinaliza que, para o cristão, o primeiro socorro é a graça de Deus. “O Espírito Santo atua em nós, batizados, trabalhando na nossa alma para conduzi-la a uma vida virtuosa. Quantos cristãos alcançaram a santidade através das lágrimas, percebendo que não conseguiam superar algumas das suas fraquezas! Mas eles experimentaram que Deus completou aquela boa obra que para eles era apenas um esboço. A graça sempre precede o nosso compromisso moral”, explica.
Cultivar a virtude
Por fim, Francisco pontua que a virtude cresce e pode ser cultivada, mas para isso é preciso pedir ao Espírito Santo primeiramente o dom da sabedoria. “Um dom inestimável que possuímos é a abertura da mente, é a sabedoria que sabe aprender com os erros para dirigir bem a vida”, afirma, acrescentando que, “depois, precisamos da boa vontade: a capacidade de escolher o bem, de nos moldarmos com o exercício ascético, evitando os excessos”.
“É assim que iniciamos o nosso caminho através das virtudes, neste universo sereno que se apresenta desafiador, mas decisivo para a nossa felicidade”, conclui o Santo Padre.
Fonte: Canção Nova