Uma correspondência tocante: de um lado, os enfermeiros da ala de pediatria; do outro, o Papa Francisco. No centro da troca de mensagens, o sofrimento inexplicável das crianças.
Com a presença do Papa no hospital, os enfermeiros do Departamento de Neuropediatria infantil escreveram uma carta a Francisco, contando o seu difícil dia a dia.
“Somos testemunhas do sofrimento dos nossos pequenos e de seus pais que, no crescimento de seus filhos, aceitaram carregar uma cruz pesada e não somente por crença religiosa e fé, mas pelo valor ligado à palavra VIDA, suportando e encorajando todos os dias e todas as noites os seus filhos e que, durante as longas internações, se tornam inevitavelmente a nossa família.”
Eis então a dramaticidade deste trabalho, pois às vezes os enfermeiros veem as crianças “voarem para longe”, deixando um vazio que não pode ser preenchido em seus pais e, nos agentes de saúde, “cicatrizes indeléveis que tanto fazem refletir”.
A mensagem escrita à mão se conclui com um convite ao Papa para visitar este Departamento do Hospital Gemelli.
O Pontífice prontamente respondeu à carta, consciente do trauma que o sofrimento provoca na vida das pessoas.
“Vocês são testemunhas seja de vida, seja de morte”, escreve o Papa, “chamados a acompanhar esses pequenos ‘anjos’ até ao limiar do encontro com o Senhor”.
“Vocês são imagem da Igreja ‘hospital de campanha’, que continua a desempenhar a missão de Jesus Cristo”, prossegue Francisco, encorajando os enfermeiros a serem bons samaritanos, que cuidam da vida e da dor do próximo. “E continuem a cultivar a cultura da proximidade e da ternura”.
Fonte: Vatican News