“Um religioso, um sacerdote deve estar próximo, deve ser misericordioso, deve perdoar tudo, e ser terno, não agressivo, mas caridoso, paciente”. São palavras do Papa Francisco no encontro com os Padres Marianos reunidos em seu Capítulo Geral nesta sexta-feira (17) no Vaticano.
Na manhã desta sexta-feira (17) o Papa Francisco recebeu os participantes do Capítulo Geral dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. A Congregação celebra neste Capítulo Geral 350 anos da sua fundação, em Cracóvia na Polônia, em dezembro de 1670 por obra de Santo Estalislau de Jesus e Maria. Santo Estanislau passou por muitas dificuldades para fundar a Congregação, mas não desistiu, porque confiava “na força do Espírito Santo” disse Francisco. E precisamente para “destacar essa herança que sua tenacidade lhes deixou, gostaria de recordar”, continuou o Papa, “três grandes linhas da sua espiritualidade, todas marcadas por uma viva dinamicidade ascética e pastoral: o amor à Virgem Maria, a oração de sufrágio e a atenção aos pobres”.
Amor à Virgem Maria
“Em primeiro lugar, o amor a Maria”. E Francisco recorda o que Santo Estanislau ensina sobre a devoção mariana: “para ele o principal culto à Maria Imaculada é a imitação da sua vida evangélica.
“Isto é importante, porque a verdadeira devoção à Mãe do Senhor é alimentada e cresce através da escuta e da meditação da Palavra de Deus: Maria é a Mulher do Evangelho”
Falando sobre o segundo aspecto, a oração de sufrágio, o Papa disse “que caracteriza a dimensão escatológica de sua Congregação. Santo Estanislau” explicou, insere nesta visão do horizonte último a oração em particular para dois grandes grupos de pessoas de seu tempo, os soldados mortos em guerra e as mortes pela peste. O Papa recordou que na época 60% da população europeia foi exterminada pelas guerras e epidemias.
E a terceira linha da sua espiritualidade, continuou “é o cuidado com os pobres, particularmente em apoio aos párocos. Os Padres Marianos contribuíam assim para responder a alguns problemas graves da época: o enfraquecimento da fé e o estado de pobreza de uma grande parte da população”.
“Queridos irmãos, São Estanislau traçou para sua congregação linhas de espiritualidade e ação que estão bem encarnadas na história concreta dos homens e mulheres de seu tempo”
Continuar a obra com criatividade para nossa época
E motivando disse que “é importante para vocês continuar sua obra respondendo criativamente aos desafios que nossa época também apresenta”. “Não desanimem com oposição ou dificuldades. Pensem nas grandes provações que a sua família religiosa enfrentou ao longo dos séculos, por exemplo, quanto no início dos anos 1900 foi reduzida a um único membro!”, recordou o Papa. “Com a ajuda de Deus vocês se recuperaram, e hoje são quinhentos religiosos, presentes em dezenove países do mundo”.
E Francisco recordou do Beato Jorge Matulaitis (1871-1927), clérigo mariano, sacerdote, bispo e Núncio Apostólico na Lituânia, que foi um dos protagonistas do renascimento da Congregação. “Ele soube restaurar a vitalidade da comunidade, atualizando suas Constituições e promovendo seu trabalho sem medo, a ponto de ir para a clandestinidade e arriscar a prisão, sem jamais desistir de promover a caridade e a unidade entre os religiosos e os fiéis”.
“Encorajo a manter viva a fidelidade às suas origens neste foco profético de hoje”
Por fim o Santo Padre disse que gostaria de concluir o encontro “retomando três títulos marianos com os quais São João Paulo II convidava os Clérigos a venerar a Imaculada Conceição: “Maria ‘Sede da Sabedoria’, para que seu testemunho evangélico seja firme e sólido; Maria ‘Consoladora dos aflitos’, para que os homens do nosso tempo encontre em vocês amor e compreensão e sejam atraído a Deus pela sua caridade e pelo seu serviço abnegado; Maria ‘Mãe da Misericórdia’, para que sejam ricos em compaixão materna e pelas almas redimidas pelo sangue de Cristo e confiadas a vocês. E sobre isto” concluiu o Papa:
“Não esqueçam do estilo de Deus: proximidade, misericórdia e ternura. Deus é assim: está próximo, é misericordioso, é terno. Este é o nosso Deus. Um religioso, um sacerdote deve estar próximo, deve ser misericordioso, deve perdoar tudo, e ser terno, não agressivo, caridoso, paciente”
Fonte: Vatican News