O Santo Padre se reuniu com uma delegação de vítimas dos atentados de Páscoa no Sri Lanka e pediu às autoridades que revelem a verdade por trás dos ataques de 2019
O Papa Francisco expressou nesta segunda-feira, 24, sua proximidade com as famílias das vítimas dos atentados no domingo de Páscoa no Sri Lanka há três anos e clamou as autoridades do país a revelar a verdade por trás dos ataques, pois será isso que trará paz.
O Santo Padre também rezou para que o país possa superar sua pior crise econômica até o momento.
O Papa se dirigiu a cerca de 3500 católicos do Sri Lanka que trabalham na Itália, incluindo uma delegação de famílias de vítimas e sobreviventes dos ataques terroristas de 2019, liderados pelo cardeal Malcolm Ranjith, de Colombo.
A esperança da ressurreição de Cristo
Falando ao grupo do Sri Lanka ao final da missa celebrada pelo Cardeal Ranjith na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco observou que todos estavam reunidos ali para marcar o “aniversário dos trágicos acontecimentos que, na Páscoa de 2019, semearam morte e terror no Sri Lanka”.
“Hoje, oferecestes o Sacrifício Eucarístico em sufrágio pelas vítimas daqueles terríveis atentados, e rezastes pelos feridos — alguns dos quais estão aqui presentes — e pelas suas famílias, bem como por todo o povo cingalês. Com todo meu coração, junto-me a vocês em oração”.
Assegurando-lhes com a saudação pascal do Ressuscitado, disse o Sucessor de Pedro aos fiéis: “A paz esteja convosco. Diante do horror e do absurdo de certos atos, que pareciam impossíveis de serem cometidos por pessoas, é evidente que se trata de uma obra do Maligno”.
Francisco disse que este fator explica por que “o Filho de Deus, o Inocente, o Santo, o Justo, teve que morrer crucificado para nos salvar”.
“Ele assumiu não apenas a morte, mas a crueldade do mal, o ódio, a violência fratricida. Sua Cruz e sua Ressurreição são luz de esperança na mais densa escuridão”, disse o Papa, exortando os católicos do Sri Lanka a “rezarem por todas as vítimas da violência e da guerra, especialmente o terrorismo”.
Apelo às autoridades
O Papa Francisco então fez um apelo às autoridades do Sri Lanka sobre os atentados da Páscoa. “Por favor, por amor à justiça, por amor ao seu povo, que fique claro de uma vez por todas os responsáveis por esses eventos”, disse. “Isso trará paz à sua consciência e ao seu país”.
O Santo Padre disse aos católicos que também queria se juntar a eles para rezar por sua pátria, que visitou em 2015. “Rezemos pelas autoridades, por aqueles que têm responsabilidades sociais e educativas e por todas as pessoas”, disse o Papa. “Que as dificuldades presentes sejam resolvidas com o empenho e colaboração de todos”, exortou.
Crise financeira
O Santo Padre estava se referindo ao pior pesadelo econômico do Sri Lanka em sua história desde sua independência do domínio britânico em 1948.
Com reservas extremamente baixas, o país do sul asiático luta para importar bens essenciais, tais como alimentos, combustível, gás de cozinha e remédios, e enfrenta cortes de energia de até 13 horas por dia. A desvalorização da moeda fez a inflação disparar para 21,5% em março, a mais alta até agora, atingindo empresas e exportadores já em dificuldades, mas especialmente o povo.
O Sri Lanka tem sido alvo de protestos em todo o país exigindo a renúncia do presidente Rajapaksa e seu governo devido à crise sem precedentes atribuída à corrupção e à má administração.
Concluindo suas saudações, o Papa Francisco deu sua bênção à comunidade cingalesa, convidando-os a rezar pela Igreja no Sri Lanka para que seja cheia do Espírito Santo e anuncie com alegria o Evangelho de Cristo Salvador.
Fonte: Canção Nova