Por causa da pandemia, pela primeira vez o Papa não irá à Praça de Espanha para a tradicional homenagem à Virgem na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria
Em virtude da pandemia do novo coronavírus, o Papa Francisco não irá à Praça de Espanha nesta terça-feira, 8, para o tradicional ato de homenagem à Virgem Maria na Solenidade da Imaculada Conceição. Esta será a primeira vez que isso acontece desde que a tradição começou em 1953, com o Papa Pio XII na abertura do Ano Mariano.
No seu lugar, para evitar aglomerações e riscos para os fiéis, Francisco vai realizar um ato privado de devoção, como anunciado pela Sala de Imprensa da Santa Sé ainda no final de novembro.
Uma outra novidade é confiar a Nossa Senhora os sofredores do mundo inteiro, como explica Antonino Grasso, leigo da diocese de Acireale, de Catânia, na Itália, que tem PhD em Teologia, com especialização em Mariologia, e atualmente é docente universitário e colaborador da Rádio Vaticano. O mariólogo explica:
“O Pontífice vai confiar a Nossa Senhora não somente a Cidade Eterna e os seus habitantes, como é de costume, mas desta vez também vai incluir os muitos doentes de todo o mundo.”
O professor comenta que Francisco fará isso apresentando as nossas dificuldades e fraquezas atuais: “o Papa vai se dirigir à Virgem sabendo que, quando nós a suplicamos, ela suplica por nós. A Mãe de Misericórdia intercede prontamente, nunca demora”.
Profundo vínculo entre Roma e a Virgem
Depois de Pio XII, foi o seu sucessor a continuar o gesto da devoção e da consagração à Virgem no monumento da Imaculada Conceição, em Roma, como lembra o mariólogo italiano.
“João XXIII foi pela primeira vez à Praça de Espanha em 8 de dezembro de 1958, enquanto Paulo VI o fez no encerramento do Concílio Vaticano II, em 8 de dezembro de 1965. O Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI e agora o Papa Francisco continuaram a viver essa tradição, enfatizando, com os seus discursos o profundo vínculo de Roma e da Itália com a Virgem.”
A coluna inaugurada após a proclamação do dogma da Imaculada
A coluna, que serve de base à estátua de bronze de Maria, colocada na Piazza Mignanelli, ao lado da Praça de Espanha, tem uma história ainda mais antiga do que o ato de devoção e consagração. Foi projetada pelo arquiteto Luigi Poretti e inaugurada por Pio IX, como explica o professor Grasso.
“A inauguração aconteceu em 8 de dezembro de 1857, três anos após a solene proclamação do dogma da Imaculada Conceição de Maria. A coluna, utilizada para a criação do monumento, foi encontrada em 1777 durante os trabalhos de reforço das fundações de um edifício doado por Pio VI às monjas beneditinas de Santa Maria em Campo Marzio e também contém os versos da Sagrada Escritura que se referem ao dogma.”
Fonte: Canção Nova